Empresa investe R$ 120 milhões em unidade de leite longa vida
A Nestlé Brasil vai investir R$ 120 milhões na construção de uma unidade de leite longa vida (UHT) em Araraquara, no interior de São Paulo, com capacidade de produção anual de 100 milhões de litros. De acordo com o presidente da companhia, Ivan Zurita, a planta industrial será feita em terreno de 6 mil metros quadrados em frente à atual fábrica de produção de leite condensado (Leite Moça) da empresa. "A construção será a jato, e a produção deve começar já em novembro", disse Zurita.
O executivo informou ainda que a empresa vai investir outros R$ 230 milhões na ampliação da capacidade de produção da fábrica da Chocolates Garoto, em Vila Velha (ES). Ele não quis, porém, dar mais detalhes sobre esse investimento, que será detalhado na sexta-feira, em evento no Espírito Santo.
O investimento anunciado ontem foi o segundo feito pela Nestlé no segmento de leite longa vida nas últimas semanas. Em meados de julho, a empresa fechou um acordo para arrendar uma fábrica da Parmalat, em Carazinho, no Rio Grande do Sul, por um prazo de 35 anos. Com a unidade gaúcha, a ideia era aumentar a produção de leite premium das marcas Ninho e Molico.
Ontem, Zurita informou que a unidade de Araraquara deve iniciar a produção em novembro, com um faturamento mensal previsto de R$ 250 milhões. As marcas de leite que serão fabricadas na unidade também serão Ninho e Molico. Em uma segunda etapa, deverão ser produzidos mais 45 milhões de litros de leite por ano da marca Sollys.
Zurita disse ainda que todos os investimentos na unidade de Araraquara foram feitos com caixa da empresa e a companhia "não adotou, mas enfrentou a crise econômica". Ele disse que a política de investimentos de R$ 350 milhões por ano segue inalterada. De acordo com o presidente da Nestlé, o faturamento da empresa no Brasil cresceu 7,2% no primeiro semestre de 2009 ante igual período de 2008, e as vendas tiveram crescimento real de 5,8%.
EMPREGOS
A expectativa em Araraquara é de que sejam criados 150 empregos diretos e 500 indiretos somente no processo de produção de leite. Outros mil empregos devem ser criados com a retomada da produção de leite nas propriedades da região, que já foi considerada uma das principais bacias do Estado.
Zurita afirmou que a captação inicial deve ser de 5 mil litros de leite por mês, com perspectiva de crescimento a partir da produção local e ainda do recolhimento da matéria-prima de regiões como Ribeirão Preto e o Sul de Minas Gerais. Nessas regiões a indústria leiteira sofreu com a crise de crédito desde meados de ano passado.
Zurita admitiu que tinha a intenção de fechar a unidade que produz o Leite Moça em Araraquara, de 62 anos, mas que mudou de ideia pela estrutura logística que a cidade oferece e pelo potencial produtivo da região. A Nestlé a sua afiliada DPA lideram a captação de leite no País, com 1,9 bilhão de litros por ano, dados de 2008, de acordo com a associação Leite Brasil. A companhia tem uma rede de fornecedores com mais de 48 mil produtores diretos e indiretos. Em Araraquara, a Nestlé deve contar com parcerias de assentamentos, como já faz na cidade de Andradina, no oeste paulista.
Veículo: O Estado de S.Paulo