GPA divulga fato relevante sobre a venda do Éxito, a rede colombiana

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Após fechamento do mercado, o grupo informou que estuda negócios com a companhia sul-americana, mas ainda sem definições

 

 

Grupo Éxito deve deixar de ser comandado pelo GPA. Um plano está sendo traçado para que a venda de rede de supermercados, com presença na Colômbia, Uruguai e Argentina, aconteça até 2024, quando termina o prazo para que a Rallye (holding do grupo francês Casino, que detém as duas marcas) pague credores com garantia, de acordo com seu plano de salvaguarda (espécie de recuperação judicial na França).

 

Depois de operações que buscaram extrair o maior valor possível das empresas do grupo, como a separação de GPA e Assaí e a subsequente venda das lojas de hipermercados entre as duas empresas irmãs, a solução para melhorar os ganhos com o Grupo Éxito também deve buscar uma saída “fora da caixa”.

 

Após a publicação desta matéria pelo Estadão, o GPA soltou um fato relevante depois do fechamento do mercado financeiro. Diz o comunicado:

 

Tendo em vista notícia veiculada na mídia sobre plano de venda da Almacenes Éxito SA (“ Éxito ”), uma companhia aberta de capital autorizado com sede na Colômbia, da qual o GPA é o acionista controlador direto, informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que está sempre avaliando projetos estratégicos para geração de valor aos seus acionistas e neste contexto estudos preliminares estão sendo realizados pela segregação dos negócios do GPA e do Éxito, visando desbloquear o valor do Éxito.

 

A efetiva implementação de qualquer operação visando a segregação do patrimônio da Éxito depende da conclusão dos estudos preliminares em andamento, bem como da obtenção das aprovações necessárias exigidas por lei e pelos órgãos reguladores aplicáveis.

 

A Companhia manterá seus acionistas e o mercado informados sobre quaisquer outros fatos relevantes relacionados a este assunto. 

 

Com baixa liquidez e visibilidade na Bolsa colombiana, o Éxito deve passar por um spin off (separação dos negócios) e, na sequência, uma relistagem. Na estratégia desenhada, a saída total ou parcial viria após a empresa ganhar “novo fôlego e peso” na bolsa daquele país.

 

Volatilidade do mercado de ações atrapalha planos

 

O problema para a execução desse plano é a volatilidade dos mercados acionários atualmente. Por isso, a expectativa de que sua execução leve dois anos. Ao ser separada do GPA, a ideia, evidentemente, é que o Éxito passe a valer mais do que sob a organização.

 

GPA já se desfez de pequena parte de suas ações no Éxito. Em junho, recebeu R$ 398 milhões pela venda de 3,4% de sua participação, em um programa de recompra de ações da Éxito. Após a recompra, o GPA passou a deter 96,52% do capital social do Éxito.

 

Analistas da XP sinalizaram em relatório recente que, entre as opções, o re-IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) seria a melhor delas. Em relatório, disseram que pode haver apetite por um ativo “resiliente e mais maduro”. Para eles, porém, a separação do GPA tem desafios operacionais, já que alguns acionistas têm limitações para deter ações listadas no exterior.

Fonte: Talita Nascimento, Cynthia Decloedt e Altamiro Silva Junior, Estadão

 

Geração de Valor

 

Entre os projetos para gerar valor a seus acionistas, o GPA considera a hipótese de separar a empresa do grupo colombiano Éxito, para “destravar valor” do negócio. A empresa faz parte do GPA desde uma reestruturação de negócios feita pelo controlador Casino, em 2019.

 

Desde 2020, o GPA vem mencionando a analistas possíveis novas estratégias para as suas operações — como venda de lojas a fundos, inclusive já anunciadas, eventual ofertas de ações de negócios no exterior e venda dos braços de negócios. As primeiras informações sobre possível separação do Éxito surgiram na imprensa em 2021. A companhia ainda tem relatado, em teleconferências, que têm analisado formas de monetizar seus ativos na América do Sul, mas esses planos não vêm evoluindo por conta da crise que fez os negócios em diversos países perderem valor.

 

No ano passado, a agência “Reuters” relatou que a empresa analisava a hipótese de separação do negócio para elevar o valor atribuído às suas empresas, e numa operação que entregaria ações da subsidiária aos acionistas do GPA. Hoje, o jornal “O Estado de S. Paulo” também publica a informação.

 

Em relatórios no ano passado, analistas de bancos passaram a considerar alguns formatos possíveis para a separação do Éxito, como a possibilidade de listar Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da empresa na Colômbia, ou a migração de capital para uma bolsa de valores nos EUA e uma listagem posterior.

 

O GPA já havia informado, no fim de junho, a venda de 3,4% do Éxito por R$ 398,1 milhões, que foram para o caixa. Com isso, o GPA passou a deter 96,52% do capital social da empresa.

 

Fonte: Adriana Mattos, Valor


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