Os seguros massificados significam hoje, aproximadamente, R$ 6 bilhões e envolvem 50 milhões de brasileiros. Conta Acacio Queiroz, presidente e CEO da Chubb Seguros Brasil, que a largada para esse segmento foi dada pela Cia. Paulista de Força e Luz (CPFL) quando fez uso da fatura carona, oferecendo ao consumidor uma apólice contra danos elétricos. Nessa época, Queiroz trabalhava na Ace Seguradora e fez parceria com a corretora Aon, ambas americanas. "Cometemos alguns erros no início", diz, "pois não detalhamos a origem dos danos e perdemos dinheiro no começo. Caía um raio em Americana, queimava a televisão em Campinas e o segurado queria a indenização. Em duas semanas perdemos uns 50 aparelhos de TV", conta bem-humorado.
Hoje, tem seguro para quase tudo. "Não há limites", garante o CEO da Chubb. "Você pode fazer seguro de um par de tênis ou de um óculos." Esse entusiasmo de Queiroz se baseia na migração de 39 milhões de brasileiros das classes D e E para as classes C e D.
Fundada em 1998, a Garantec é líder do mercado brasileiro de garantia estendida. A empresa faz parte do grupo Itaú Unibanco e possui parceria com a Whirlpool (marcas Brastemp e Cônsul). Neste ano, de acordo com dados da Susep, o total de prêmios arrecadados pela Garantec cresceu 50% até julho em relação ao mesmo período de 2009. "A nossa intenção é reforçar a ideia de que, ao apresentar o seguro garantia estendida aos clientes, os varejistas oferecem um serviço diferenciado e de qualidade, agregando valor ao produto", afirma André Rutowitsch, diretor da Garantec.
Um dos exemplos de crescimento do interesse do varejo pelo seguro massificado é dado pela rede fluminense Casa&Vídeo. Em junho deste ano, lançou seu cartão em parceria com a Classic Corretora e com a seguradora inglesa Royal & SunAlliance. "Lançamos dois seguros e um sorteio", anuncia o gerente de serviços e produtos financeiros, Carlos Gomes. "Um contra perda e roubo e outro contra o desemprego", explica. O primeiro com limite de R$ 400 e o segundo de até R$ 300 sobre o saldo devedor. "E tem como atração o sorteio mensal de R$ 5 mil."
A Vivo também entrou no mercado de seguros massificados. Em fase piloto nos Estados de Sergipe e Bahia, o cartão "Recarga com Seguro" custa R$ 15 - R$ 12 referentes à recarga de créditos para o celular pré-pago e R$ 3 relativos à compra do seguro válido por 30 dias. "Conseguimos levar mais estabilidade e segurança àqueles consumidores que não tinham condições de contratar um seguro", diz Maurício Romão, diretor de produtos e serviços financeiros da Vivo.
Veículo: Valor Econômico