CNDL quer política nacional para o comércio

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A criação de regras mais claras para abertura e fechamento de empresas estão entre as demandas do setor



O novo presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), o cearense Honório Pinheiro, propõe uma política nacional de apoio ao comércio, nos moldes do que já existe para a indústria e para o agronegócio. Em encontro ontem com empresários do Centro Industrial do Ceará (CIC), o dirigente afirmou que, entre as principais demandas, estão a criação de incentivos fiscais, a redução da taxa de juros e a desburocratização dos processos que envolvem as atividades comerciais.

"Nós iremos defender essa política para o comércio, porque acreditamos que o Brasil deve um protagonismo maior ao varejo: somos os que mais empregamos e os que mais arrecadamos no País. O varejo representa 96% das empresas brasileiras", afirma Pinheiro.

Para alcançar essas demandas, ele diz que a CNDL vai brigar pelo revigoramento da Comissão Mista Parlamentar do Varejo, criada em 2008 e que já garantiu, segundo reforça, algumas conquistas ao setor. Entre elas, ele cita a regulação do cartão de crédito pelo Banco Central, a unificação das máquinas leitoras de cartões de crédito e débito e, mais recentemente, a agenda de recebíveis independente do credenciador e do banco de relacionamento, que passará a valer a partir de janeiro.

"Hoje eu vendo com cartão de crédito e eu apuro, por exemplo, 50% da venda com ele. Até então, eu só posso tratar com o banco o qual eu estiver vinculado. Agora, a mudança vai me dar a oportunidade de ter uma carteira, e essa carteira se tornou um recebível que eu posso ir a qualquer banco e com isso eu abro uma concorrência entre os bancos, que podem me oferecer algumas vantagens", esclarece.

Congresso

Segundo ele, a confederação fará visitas constantes ao Congresso, com o apoio inicial da bancada cearense. "Isso é fator determinante para que as questões do varejo sejam discutidas, até porque elas não são difíceis de serem enxergadas. O varejo está aí na ponta, tem um papel relevante para a economia".

De acordo com ele, é preciso garantir mais rapidez para aprovação de crédito ao varejo, além de estabelecer regras mais claras para abertura e fechamento de empresas. "E estamos diante do eSocial (projeto federal que visa unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados), que é um grande desafio para as pequenas empresas, que é um controle muito forte que o governo tem, e é preciso dar prazo para empresas se adequarem", acrescenta.

Taxas elevadas


O presidente da CNDL também critica as taxas cobradas pelas administradoras de cartão de crédito ao varejo, que, em alguns casos, chega a 5,5% do valor da venda. "É preciso que as administradoras de cartões compreenderem que é necessário repensar essas taxas". Conforme ele, a taxa de 1% seria um percentual razoável a ser cobrado de micro e pequenas empresas, taxa que já vem, afirma, sendo trabalhada para grandes conglomerados do varejo. "Isso tem que ser calibrado em função da atividade, do nível de automação que o ponto de venda tem, mas é importante essa redução".

CIC planeja feira de produtos industriais feitos no Estado

O Centro Industrial do Ceará (CIC) planeja realizar, a partir do segundo semestre de 2015, a maior feira já realizada de produtos industriais produzidos no Ceará. A ideia é reunir a produção industrial de todo o Estado e trazer para cá os maiores compradores do Brasil e do exterior para conhecer estes itens.

De acordo com o presidente da entidade, José Dias de Vasconcelos Neto, o esboço do projeto já foi lançado para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Beto Studart, que definiu uma reunião para o próximo mês para tratar do assunto. "Cabo Verde, por exemplo, tem uma população de 500 mil habitantes e eles têm uma feira internacional de produtos de lá; o Panamá, com uma população menor que a do Ceará, também já está fazendo esse tipo de feira. E no Ceará não se conhece sequer o que se fabrica aqui dentro", justifica Neto.

O presidente do CIC informou que irá esperar o resultado das eleições ao Governo do Estado para apresentar ao novo gestor a proposta. Para o Sebrae-CE, aponta, a ideia já foi apresentada. "O Sebrae foi receptivo. A gente quer agregar as pequenas empresas. As grandes conseguem bancar com recurso próprio, já as pequenas talvez tenham mais dificuldade", conta. "Queremos envolver o Governo do Estado e todas as entidades ligadas ao comercio e à indústria", destaca.

Segundo ele, o comércio terá papel fundamental na feira. "O comercio é quem compra. A gente vai tentar aumentar a participação da indústria cearense no portfólio dos produtos comercializados aqui e no Brasil", propõe.

O formato da feira, assim como a data em que irá ocorrer e com que frequência será realizada, ainda estão em processo de definição. A ideia é que ocorra no Centro de Eventos do Ceará (CEC). "O grande objetivo é trazer os maiores compradores do Brasil e do exterior para que conheçam os produtos fabricados no Ceará. Precisamos aumentar nossa participação nas vendas do comércio", defende. (SS)



Veículo: Diário do Nordeste


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