Entidades do varejo se encontraram com representantes da indústria de plásticos oxibiodegradáveis para entender melhor como funciona essa tecnologia e saber sobre os testes que avaliam sua função ecológica
Por Roberto Carlessi
Com o intuito de entender melhor o que são e como funcionam as sacolas oxibiodegradáveis, representantes de entidades do varejo e de empresas fabricantes desse plástico e de insumos para ele se reuniram na sede da Abras, em São Paulo, no dia 13 de agosto. No encontro, o diretor executivo da d2w Simphony
Environmental Technologies, empresa inglesa que produz o aditivo para confecção do plástico oxibiodegradável, Michael Laurier, defendeu a validade da tecnologia e a função ecológica dos produtos que a utilizam.
Entre os presentes ao encontro estavam o vice-presidente e o assessor da presidência da Abras, Marcio Milan e Nicolau Frederes, o diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), Emerson Kapaz, o diretor executivo da Res Brasil, empresa encarregada de comercializar os produtos da d2w no País, Eduardo van Roost, e representantes de redes de supermercados.
Durante a apresentação, Laurier contou que inúmeros estudos estão sendo realizados para analisar a eficiência ambiental da tecnologia oxibiodegradável em todo o mundo.
“A d2w produz um aditivo à base de óleo refinado que é usado para a formulação de plásticos como polipropileno, polietileno e outros, transformando-os em oxibiodegradáveis. Em condições ideais de compostagem, esses plásticos se degradam no prazo médio de três anos por meio de reações com carbono, virando adubo. O custo do oxibiodegradável é, no máximo, 10% mais elevado que o dos plásticos comuns.”
De acordo com Laurier, a tecnologia já é utilizada em larga escala por empresas como Tesco, Kentucky Fried Chiken, Unison, Royal Caribbean, Pizza Hut, por entidades como o British Council, o National History Museum e a WWF, e está passando por processo de certificação na Itália e no Reino Unido. “Esse tipo de plástico tem uso corrente na agricultura em mais de 60 países. É usado, por exemplo, para proteger plantações de banana contra os efeitos das intempéries, em áreas para produzir alface, etc.”, acrescentou.
O diretor executivo da Res Brasil, Eduardo van Roost, explicou que o campus de Rio Claro da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) estuda o comportamento do plástico oxibiodegradável no meio ambiente por meio de testes que analisam se plantas germinam ou se há mutações genéticas nelas nos locais onde é depositado, os efeitos que ele pode causar em cursos d´água e em células animais, etc., e que estudo semelhante está sendo feito pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Segundo o executivo, imagens feitas pela Universidade de Campinas (Unicamp) em usina de compostagem onde foram depositados plásticos oxibiodegradáveis, captadas por microscópio com capacidade de ampliação de cinco mil vezes, mostram que bactérias usam esse material para se alimentar e com auxílio de ar, luz e calor aceleram seu processo de biodegradabilidade.
“A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com base em vários estudos existentes sobre oxibiodegradáveis, está preparando legislação específica para regulamentar o uso desse material e orienta as empresas fabricantes de outros tipos de plástico a se anteciparem a problemas que esses materiais possam provocar no meio ambiente”, complementou Roost.
Veículo: SuperHiper Setembro/08