O Plenário aprovou a Medida Provisória nº 474/09, que aumenta o salário-mínimo de R$ 465 para R$ 510, com efeitos a partir de 1º de janeiro deste ano. O reajuste, de 9,67%, inclui a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de fevereiro a dezembro de 2009 e a variação do PIB de 2008 em relação a 2007 (5,64%). A matéria segue agora para o Senado.
A MP foi relatada pelo Deputado Pepe Vargas (PT-RS), que retirou os artigos sobre o critério de reajuste para 2011 e apresentou um projeto de lei de conversão. Isso foi necessário porque a regra era igual à do aumento para 2010, mas, devido à crise econômica internacional, a variação do PIB de 2009 em relação a 2008 foi de menos 0,2%.
Vargas manteve, porém, a parte que determina o envio ao Congresso pelo Executivo, até 31 de março de 2011, de um projeto de lei sobre a política de valorização do mínimo para o período de 2012 a 2023 e as regras de revisão.
Projeto parado
A Câmara já começou a analisar um outro projeto (PL nº 1/07) com a política de valorização do salário-mínimo até 2023, mantendo a aplicação do INPC mais a variação do PIB.
Entretanto, ainda não há acordo para a votação dessa matéria no Plenário, porque a comissão especial sobre o projeto aprovou uma emenda, do Senado, determinando a aplicação da mesma regra para todos os reajustes de aposentadorias da Previdência Social acima de um mínimo.
O governo não quer votar o projeto por temer que a sua aprovação quebre a Previdência. Na aprovação da MP nº 475/09, na terça-feira (04.05), os deputados concederam aos proventos acima de um salário-mínimo um reajuste com aumento real de 80% da variação do PIB.
Impacto
O impacto orçamentário do aumento do salário-mínimo nas contas da Previdência em 2010 foi estimado em R$ 7,77 bilhões. Somado aos custos com os benefícios assistenciais concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o total sobe para R$ 9,8 bilhões.
Distribuição de renda
Para o relator, não foi apenas a política de reajuste real do salário mínimo que aumentou o poder de compra dos trabalhadores, mas também as medidas do governo para impulsionar a economia. "Dados do IBGE e de outras instituições mostram que a política de distribuição de renda tem garantido melhores condições de vida para a população", afirmou Vargas.
Já o líder do PPS, Deputado Fernando Coruja (SC), disse que o valor de R$ 510 está "longe de ser o ideal para o salário-mínimo". Ele alertou que é preciso estabelecer o que realmente é prioridade para o governo: o sistema financeiro ou a valorização da renda dos trabalhadores que ganham menos.
Fonte: Agência Câmara/Consulex