Nem todo consumidor confere se o preço de um produto no caixa é igual ao cobrado na prateleira. São tantas reclamações, que os supermercados decidiram substituir as etiquetas de papel por etiquetas eletrônicas.
Nossos repórteres fizeram uma pesquisa e descobriram um produto em que a diferença de preços passava de R$ 150.
No flagrante gravado pela nossa produção, o casal encontrou uma luminária por R$ 42, mas ao passar no caixa, o preço saltou para R$ 199. O homem reclama do código de barras. “Olha o código que eles colocaram aqui. Está escrito a mão”, reclama.
A gerente dá um desconto e a luminária sai por R$ 79. O casal decide levar o produto.
Se o casal quisesse, poderia ter levado a reclamação em frente e procurado o Procon. Quando há dúvida sobre o preço da mercadoria, o Código de Defesa do Consumidor diz que vale sempre o menor valor. Casos assim são frequentes, principalmente em supermercados.
Se o preço está marcado errado, o problema é da loja. O preço deve estar acessível ao consumidor. Não cabe a ele ficar interpretando informação. “Ele não é obrigado a ficar conferindo minúcias, número de série do produto, número de código de barras, letras miúdas, qualquer informação que não seja prestada de forma clara pelo fornecedor”, garante o advogado Lucas Cabette Fabio, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.
Não foi o que Jornal Hoje encontrou em vários supermercados. Em um deles, não há nem etiqueta de preços. Em outra prateleira, uma única etiqueta.
Nas comidas congeladas, há uma única etiqueta para vários produtos, marcando R$ 14,90. No caixa, a lasanha de berinjela sai por R$ 19,90, cinco reais mais cara
O queijo custa R$ 3,59 na prateleira, mas no leitor de barras custa R$ 3,99. São R$ 0,40 a mais. O atum é vendido a R$ 3,49, mas no leitor está R$ 0,50 mais caro. No caixa aparece o preço mais alto.
A funcionária admite que nem sempre as promoções são informadas aos caixas. “Às vezes eles mudam lá e não cai aqui no sistema”, diz.
É com a implantação das etiquetas eletrônicas, em breve, que os supermercados querem reduzir falhas. “Um mecanismo que é atualizado simultaneamente, ou por radio-frequência ou por infra vermelho, ou outros sistemas que possam atualizar o preço da gôndola no mesmo momento. Isso vai dar muito mais segurança, muito mais agilidade ao processo todo”, afirma Tiaraju Pires, da Associação Brasileira de Supermercados.
As etiquetas eletrônicas já estão sendo testadas em alguns supermercados do país.
Fonte: globo.com / Jornal Hoje (17.02.11)