AGAS realiza pesquisa e amplia o debate sobre as sacolas plásticas

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Instituto Segmento vai ouvir Consumidores e buscar soluções para reduzir o uso do material



Decidida a decifrar a percepção dos consumidores gaúchos sobre o uso de sacolas plásticas no varejo, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) convocou o Instituto Segmento Pesquisas, nesta semana, para ouvir mil homens e mulheres de cinco regiões do Estado, com idades entre 18 e 65 anos e pertencentes a todas as faixas de renda, sobre que impacto teria na sociedade o fim da distribuição gratuita de sacos plásticos nos supermercados do Estado.

Segundo o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, a idéia é estimular o debate sobre o tema e fomentar, na população, o consumo consciente deste material. “Nossos estudos mostram que 65% das sacolas plásticas saem dos caixas sem ter sua capacidade total utilizada, e que 13% dos gaúchos levam sacolas extras para outras utilizações em casa”, alerta Longo.

Sacola responde por pequena parte do problema - O dirigente destaca, no entanto, que o debate deve ser ampliado a outros segmentos. “As sacolas plásticas representam só 2% do volume de garrafas pet e embalagens longa-vida despejadas no meio-ambiente, e possuem dezenas de formas de reutilização”, lembra o presidente. Em nível nacional, as sacolinhas respondem por 0,3% do plástico produzido no Brasil. “A modernidade e a praticidade trazem suas consequências, como o descarte incorreto do lixo eletrônico. Hoje, temos pilhas e baterias de celulares sendo despejadas diariamente em nossos lixões”, ressalta Longo.

Ele explica que, nos últimos três anos, o consumo de sacolas plásticas caiu 20% no Rio Grande do Sul, devido a fatores como a otimização e padronização da qualidade dos sacos, os investimentos das empresas no treinamento de empacotadores e a crescente conscientização dos consumidores. Atualmente, os supermercados gaúchos gastam R$ 190 milhões por ano com a aquisição de 1,5 bilhão de sacolas plásticas. “Somos favoráveis à implantação de um modelo vigente há anos em muitos países europeus, que estipula a cobrança de um valor simbólico por cada sacola plástica”, afirma. Segundo Longo, a medida contribuiria para a construção da consciência coletiva. “Simplesmente extinguir as sacolas plásticas seria, na prática, apenas trocar a cor dos sacos de lixo, de branco para preto”, defende.

PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO


Para o presidente da Agas, o poder público também deve participar da discussão acerca do tema, e investir em centros de reciclagem destes resíduos sólidos. “O plástico tem alto potencial energético e pode ser reaproveitado de diversas formas, mas ainda há a necessidade de se ampliar a coleta seletiva do lixo e criar pontos de destinação deste material”, aponta.

A pesquisa realizada pelo Instituto Segmento Pesquisas vai a campo até o final deste mês. Os resultados deverão ser apresentados pela Agas na última semana de maio.

Imprensa Agas
Autor: Francisco Brust
Fonte: ConsumidorRS (19.05.11)


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