Milhares de trabalhadores se reuniram na manhã desta quarta-feira na via Anchieta, no ABC paulista, para protestar contra a incidência de imposto de renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Esse é um caso clássico de bitributação. Quando um empresário recebe dividendos de participações que possui, o imposto de renda não é cobrado”, explicou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Além do sindicato de Nobre, organizam o movimento os sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região; dos Bancários de São Paulo; dos Químicos e Plásticos de São Paulo; e dos Químicos do ABC. Juntas as entidades representam cerca de 650 mil trabalhadores.
Amanhã, quinta-feira, os dirigentes desses sindicatos vão se encontrar em Brasília com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e com Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Eles apresentarão proposta de tributação “provisória” para a PLR até que o Congresso decida a respeito de sua desoneração. Os representantes sindicais cogitam novas manifestações caso suas propostas não sejam atendidas.
Segundo cálculos das entidades, a nova proposta desonera a PLR dessas bases em R$ 1,6 bilhão. “É dinheiro na economia do país. Essa é uma reivindicação que pode ser abraçada por todo trabalhador que recebe PLR”, disse Juvandia Moreira, do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “A renda dos trabalhadores aumentou e a tabela de imposto de renda não foi reajustada. Mais gente tem pago mais imposto”, diz Paulo Lage, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC.
(Carlos Giffoni | Valor)
Por Carlos Giffoni | Valor
Fonte: Valor Econômico (30.11.11)