Se por um lado saem as sacolinhas plásticas, por outro entram as substitutas biodegradáveis -que serão vendidas por R$ 0,19 nos supermercados- e as retornáveis.
Essa transição movimenta o mercado fornecedor, que busca lucrar também com o aumento da demanda por sacos de lixo.
Em Belo Horizonte, onde a mudança aconteceu há nove meses, a demanda por sacos de lixo aumentou 15%, segundo a Amis (Associação Mineira de Supermercados).
A empresa Percon Embalagens, localizada no interior de São Paulo, abriu as portas em 2008 com dois funcionários. Atualmente, emprega 60 pessoas e fornece sacolas retornáveis para o varejo nas cidades que baniram as sacolinhas tradicionais.
Segundo Magda Contarelli Pereira, sócia da empresa, a produção das sacolas passou de 20 mil para 200 mil por mês entre meados de 2010 e o início do ano passado.
"Nós esperamos um novo salto de uns 100% na demanda em 2012 por conta da mudança em São Paulo", diz.
Segundo ela, parte de seus funcionários veio das empresas fabricantes de sacolinhas tradicionais, principalmente na área de estamparia.
"Uma parte do mercado perde, mas surgem novos fabricantes, como é o nosso caso. E uma parte do mercado tradicional de sacolas também está se adaptando à nova realidade", diz Magda.
A Extrusa-Pack era uma fabricante de sacolas tradicionais que passou a fornecer as biodegradáveis para os supermercados de cidades como Jundiaí e Belo Horizonte.
"Nós somos transformadores. Vamos fabricar o que o mercado solicitar", afirma Gisele Barbin, gerente comercial da Extrusa.
Números da Amis mostram que em Belo Horizonte uma pequena parte do mercado foi abocanhada pelas sacolas biodegradáveis e uma fatia maior pelas retornáveis.
Segundo Giovanni Peres, gerente de comunicação da Amis, o consumo das sacolinhas descartáveis nos supermercados da capital mineira era de 450 mil por dia. Hoje, é de 15 mil sacolas biodegradáveis feitas a partir de amido de milho por dia:
"As biodegradáveis ficaram com menos de 5% do mercado das sacolinhas. Estimamos que, de cada 100 pessoas, 90 estejam usando as sacolas retornáveis".
Fonte: Folha.com.br (23.01.12)