No primeiro dia de validade do acordo que barrou as sacolinhas plásticas descartáveis em supermercados paulistas, consumidores de Ribeirão Preto e Campinas -duas das maiores cidades do interior do Estado- priorizaram embalagens retornáveis ou improvisaram na hora de carregar as compras, mas disseram que não vão abrir mão de outros sacos plásticos para colocar o lixo doméstico.
Em Campinas, a 93 km de São Paulo, alguns consumidores se surpreenderam com a medida. Na região central da cidade, muitos saíram com os produtos nas mãos ou pegaram os sacos plásticos oferecidos no setor de frutas, legumes e verduras para levar outros produtos da compra.
A auxiliar de limpeza Fátima Alves Pereira, 38, apelou a uma descartável que achou no escritório onde trabalha. "Comprar essa biodegradável que também vai para o lixo? De jeito nenhum. Não compro, levo na mão."
A maior parte dos consumidores ouvidos pela Folha em Campinas disse que tem uma ecobag (retornável) em casa, mas que ainda não criou o hábito para utilizá-la.
Em Ribeirão Preto, a 313 km da capital, a reportagem visitou os supermercados Extra, Dia e Alpheu. Só 2 dos 13 clientes entrevistados levaram as compras em caixas de papelão ou carrinhos de feira. Quatro compraram sacolas biodegradáveis por R$ 0,20 e os demais investiram R$ 2 nas retornáveis.
"Quem ganha é o supermercado, que vai vender a outra [retornável] mais cara. O descarte do lixo doméstico continuará sendo feito em sacos plásticos", afirmou Carlos Gineti, 52, advogado, que carregou as compras em duas sacolas biodegradáveis.
"Isso só foi [feito] para forçar a gente a comprar sacola", disse a doméstica Leonor Solange Alves, 52, que adotou a sacola retornável.
ELIDA OLIVEIRA
DE RIBEIRÃO PRETO
MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
Fonte: Folha.com.br (26.01.12)