Faltam dez meses e 22 dias para a obrigatoriedade de uso da nova ortografia, que ocorrerá a partir de 1.º de janeiro de 2013.
* Outro exemplo do fundamento segundo o qual se escreve o que e como se pronuncia é a necessidade que teve a língua portuguesa de lançar mão da cedilha, inexistente nas línguas que não seguem esse fundamento, como o inglês. Sempre que o c é pronunciado como s antes de a, o e u, utiliza-se a cedilha, que nada mais é que um pequeno s colocado abaixo do c: abraçar, cresço, Iguaçu.
* O uso do til é outro exemplo de que em português a grafia deve representar fielmente a pronúncia. É usado somente em cima das vogais em que ocorre nasalidade (parte do ar sai pelas narinas): mãe, órfão, maçã, põe. Não havendo nasalidade, não se usa o til: abençoe, doe (do verbo doar). Aliás, o til nada mais é do que um n “espichado”.
* O emprego das letras r e s dobradas também se deve a esse fundamento: ao juntar, por exemplo, o prefixo macro com qualquer palavra iniciada por r ou s, estas letras precisam ser dobradas para que a grafia represente corretamente a pronúncia, como em macrorregião e macrossistema. As letras r e s são dobradas apenas quando estão entre vogais, pois só aí ocorre a necessidade de ajuste da grafia à pronúncia. Observe outros exemplos: minirreforma, autorretrato, contrarrazão, corréu, megarreserva, antirreligioso, antissemita, autossuficiência, telesserviço, psicossocial. Não estando entre vogais, essas letras não são dobradas. Observe os exemplos: honra, tenro, desregrado, bisneto, intersetorial, hipersensível, absorver, subsetor, pospor, insatisfação. Nesses casos não há necessidade de ajuste da grafia à pronúncia.
Fonte: Espaço Vital (07.02.2012)