SÃO PAULO - Seis em cada dez brasileiros (61%) lidam com questões profissionais fora do horário de trabalho, nas férias e nos dias de folga, recebendo e-mails ou ligações do escritório. Índice semelhante à média global, que fica entre 50% e 60%, segundo estudo feito pela Randstad em 32 países. Entre os pesquisados no Brasil, 36% afirmam que seus empregadores esperam que eles estejam disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana. Na média global, 40% deram essa resposta.
Mais da metade dos profissionais no Brasil (56%) acredita que é uma falha não responder e-mails ou atender telefonemas imediatamente. Apenas 17%, no entanto, dizem atender ligações e responder e-mails durante as reuniões de negócios e 77% se incomodam com quem tem esse tipo de comportamento.
Os brasileiros são mais preocupados do que a média global em responder instantaneamente a um e-mail ou telefonema. No mundo, 40% acham um problema tardar em dar uma resposta por esses meios. Alguns países, no entanto, como China e Índia, têm índices bem acima do Brasil nesse quesito, 72%.
Entre os pesquisados brasileiros, 23% disseram que o próprio empregador oferece a eles um smartphone com acesso aos e-mails do trabalho.
Grande parte dos trabalhadores no Brasil (81%) afirma ter acesso à internet no escritório. Apenas 21%, no entanto, dizem ser menos produtivos porque podem acessar a web a qualquer momento. O telefone e os e-mails distraem facilmente uma pequena parcela dos entrevistados, 19%. Para evitar as interrupções, 36% disseram criar momentos ao longo do dia em que eles ignoram contatos feitos por e-mail e telefone.
A quantidade de informação que chega aos profissionais é um problema na rotina de trabalho. Quatro em cada dez brasileiros (39%) dizem que recebem mais informação em um dia do que são capazes de processar. Índice bem menor do que em países como Hong Kong (74%), Índia (74%) e Malásia (67%). Na Holanda, por outro lado, apenas 19% admitem receber mais informação do que podem processar em um dia normal de trabalho.
Sobre o comportamento na rotina profissional, a maioria dos brasileiros (65%) afirma preferir o contato cara-a-cara, em vez de tratar os assuntos por e-mail ou telefone. O índice é semelhante a média global, de 70%. Nesse aspecto, os números são especialmente altos na Turquia (80%), enquanto Japão, Noruega e Cingapura têm as menores taxas, 57%.
(Adriana Fonseca | Valor)
Fonte: Valor.com.br (09.03.12)