DE SÃO PAULO
"Chegou a hora de os grandes produtores do Brasil construírem condição para o setor de vinhos finos se consolidar: ou ele se estabelece ou desaparece", diz o diretor do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), Carlos Paviani.
O Ibravin, em parceria com a União Brasileira de Vitivinicultura, a Federação das Cooperativas do Vinho e o Sindicato da Indústria do Vinho do RS fizeram a petição de salvaguarda ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Mesmo diante das manifestações calorosas que a ação despertou, os peticionários dizem estar "muito seguros". "Não é protecionismo, é uma medida legal, prevista na lei."
Segundo o Ibravin, o pedido é o de que haja restrições quantitativas e não o aumento do Imposto de Importação. "Não é para tirar [os vinhos importados] das prateleiras, o que queremos é participar do crescimento do consumo."
Quem está contra a salvaguarda sugere que haja uma desoneração da carga tributária sobre a produção dos vinhos nacionais. "Estamos trabalhando na diminuição de impostos há anos, com conquistas concretas [caso dos espumantes]", diz Paviani.
E como pedir salvaguarda para um mercado que cresceu 7% de 2010 para 2011? Para o instituto, esse crescimento só permitiu recuperar o que o mercado brasileiro perdeu nos anos anteriores.
Com a Argentina, que não será prejudicada pela salvaguarda e terá a chance de ampliar o mercado no Brasil, "temos o compromisso de estabelecer estratégias conjuntas para o mercado do vinho.
(LF)
Fonte: Folha.com.br (28.03.12)