Os especialistas em vinhos do Centro do País já estão dizendo que a comunidade internacional começou a reagir à possibilidade de aplicação de salvaguardas contra o vinho importado pelo governo brasileiro. O produtor português António Soares Franco, por exemplo, garantiu que o “Brasil entrou em uma guerra comercial e irá perder”. O Comitê Interprofissional das Denominações de Origem e a Federação dos Exportadores de Vinhos e Espirituosos da França alertaram o ministro do Comércio Exterior e o Comissário Europeu oficialmente sobre as medidas protecionistas em estudo no Brasil. O pedido de aplicação de salvaguardas para o vinho brasileiro foi protocolado junto ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior em julho de 2011 e teve como peticionários o Instituto Brasileiro do Vinho, em conjunto com a União Brasileira de Vitivinicultura, a Federação das Cooperativas do Vinho e o Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul. O objetivo é tentar diminuir a concorrência do vinho importado. O melhor caminho, no meu entender, seria tratar de aumentar ainda mais a qualidade do vinho brasileiro e sua competitividade, diminuindo os preços, neste caso com desoneração fiscal por parte dos governos. As entidades solicitaram a salvaguarda porque o mercado, nos últimos anos, “cresceu apenas para os produtos importados. Dos 91,9 milhões de litros de vinhos finos comercializados em 2011, apenas 21,3% eram nacionais”. O pedido não inclui o Chile, que é o principal exportador para o Brasil, com 40%, porque está no Mercosul. Talvez por isso, os europeus estão gritando mais.
Danilo Ucha / Painel Econômico
Fonte: www.jcrs.uol.com.br (29/03/2012)