Metade dos produtos notificados como perigosos na União Europeia é de origem chinesa. É o que revela um relatório publicado hoje pela Comissão Europeia, o que tende a alimentar campanhas contra produtos baratos chineses.
Cerca de 1.800 produtos foram assinalados como perigosos em 2011 através do sistema Rapex, pelo qual os 27 países-membros podem pedir que os produtos sejam retirados do mercado. A cifra diminuiu comparada a 2010 (2.244 produtos). A participação chinesa também baixou no período, de 58% para 54%.
Produtos têxteis foram os mais notificados por riscos de estrangulamento e irritação, seguidos dos brinquedos (risco de asfixia), dos veículos a motor (ao risco de ferimentos), dos eletrodomésticos (risco de choques elétricos) e dos cosméticos (riscos químicos).
Em segundo na lista de países de origem de produtos perigosos, aparece a Turquia. Do Brasil, foram registrados apenas seis casos, mas a UE não detalha quais.
A UE quer criar um "sistema de vigilância homogênea" com parceiros como a China. Também trabalha com EUA, Canadá e Austrália para compartilhar informações sobre produtos retirados de circulação. Na prática, não só a sensibilidade do consumidor aumentou, como também o protecionismo se manifesta cada vez mais através de barreiras técnicas à importação. (AM)
Fonte: Valor Econômico (09.05.12)