O Projeto Social Liberty promove, a partir das 19h desta quinta-feira (10/5), na Câmara Municipal de Campinas (SP), o lançamento oficial de suas sacolas de papel e também dos sacos de lixo biodegradáveis. O material é fabricado por ex-detentos, dependentes químicos, pessoas em situação de rua e portadores do vírus HIV. O Liberty é parceiro do Programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que oferece oportunidades de profissionalização e de trabalho para prevenir a criminalidade.
"O objetivo desse lançamento em Campinas, para todo o estado de São Paulo, é a geração de renda lícita para os atendidos por nossa entidade", afirma Marcos Silveira, coordenador do Liberty.
As Sacolas Ecológicas e Sociais Liberty, feitas de papel, tiveram sua produção iniciada em janeiro. Foi logo depois de as de plástico começarem a desaparecer dos supermercados de São Paulo, em função de acordo entre a Associação Paulista de Supermercados de São Paulo e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Em março, ao receber uma encomenda de 500 mil unidades, o Liberty ampliou de 10 para 70 o número de contratados para a produção. Eles recebem aproximadamente R$ 700 por mês, cesta básica, e suas famílias passam a ser apoiadas por outras ações sociais do Liberty. Segundo Marcos Silveira, a empresa que fez a encomenda pagará o mesmo preço que pagaria a outro fabricante, com a vantagem de estar promovendo a redução da criminalidade e a proteção do meio ambiente.
Em relação aos sacos de lixo feitos com plástico biodegradável, a expectativa do coordenador é de que as encomendas serão ainda maiores. "Isso porque não somente as empresas podem participar adquirindo, mas toda a sociedade: residências, condomínios residenciais, escolas, governo municipal, estadual e federal, legislativo e o judiciário", prevê o coordenador.
O Projeto Liberty, desde sua criação, em 2006, conseguiu colocação no mercado de trabalho para mais de 200 ex-detentos, por meio de parcerias com entidades públicas e privadas. Em 2010, em reconhecimento pelo trabalho realizado, foi uma das instituições agraciadas pelo CNJ com o Selo do Programa Começar de Novo, conferido aos que se destacam em ações de reinserção social de detentos e egressos do sistema carcerário.
"É possível, sim, diminuir a criminalidade. Todos podem participar. Não se paga nada a mais por isso. Se a sociedade quer que alguém que foi preso deixe o crime, é necessário que se ofereça para essa pessoa uma oportunidade de trabalho e uma renda lícita", afirmou o coordenador do Liberty. "Queremos ainda apoiar as pessoas que são soropositivas e também enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho."
Na solenidade de lançamento desta quinta-feira, o CNJ será representado pelo juiz auxiliar da Presidência Luciano Losekann, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ). Ele é responsável pela coordenação nacional do programa Começar de Novo, criado pelo CNJ em outubro de 2009. O programa é executado, de forma descentralizada, pelos tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal e tem como parceiros órgãos públicos, empresas privadas e entidades da sociedade civil, a exemplo do Projeto Liberty.
Jorge Vasconcellos
Fonte: Agência CNJ de Notícias (10.05.12)