Até 2016, o produto será retirado do mercado para dar lugar a tecnologias mais eficientes e sustentáveis
A Europa já deu adeus às lâmpadas incandescentes. Agora, é a vez do Brasil. A Portaria 1.007/11 do Ministério de Minas e Energia, determinou que, até 2016, esse artigo seja retirado das lojas — a menos que surja uma nova tecnologia que torne este tipo de lâmpada mais eficiente. Inventadas em 1879, as incandescentes não sofreram grandes modificações desde aquela época. Apesar de serem muito baratas, ao serem acessas, liberam 95% de calor e somente 5% de luz. A Comissão Europeia de Energia espera reduzir, por lá, até 15 milhões de toneladas de emissões de CO2 por ano. Por aqui, mais do que inibir a compra, é necessário mudar os hábitos de consumo da população. Muita gente ainda vê com antipatia lâmpadas fluorescentes compactas (LFC’s), por acharem esteticamente feias. Mas o mercado já está trabalhando em novos modelos para agradar a todo tipo de consumidor. Além disso, hoje, já existem outras alternativas econômicas e eficientes, explica a arquiteta Cláudia Capello Antonelli, gerente de Produto da Osram:
-- As mais comuns, desde a época do apagão, são as fluorescentes compactas, capazes de economizar até 80% de energia. Mas, além delas, também há como opção as halógenas e o LED. Apesar de serem mais caras, produzem mais luz consumindo menos energia. Ou seja, o morador gasta um pouco mais quando as compra, mas economiza na hora de pagar sua conta de luz e tem um produto que dura por bastante tempo.
Confira, a seguir, as características de cada tipo de lâmpada usada em residências.
Incandescentes
Consumo: 60W
Vida útil: 1.000 horas
Preço: Custam entre R$ 2 e R$ 5
Eficiência luminosa: 15 lumens/Watt
São as mais antigas, mais baratas e mais usadas. Têm uma temperatura de cor quente e sua luz amarelada cria ambientes agradáveis e aconchegantes. Entretanto, são as que mais consomem energia e têm a menor vida útil. Lâmpadas incandescentes devem ser evitadas em uma casa ambientalmente correta. Procure restringir o uso delas aos locais de convívio íntimo. Não as use em corredores, ambientes externos, banheiros, garagens, depósitos, cozinhas e locais que podem receber uma iluminação mais fria.
Fluorescentes compactas
Consumo: 15W
Vida útil: 8.000 horas
Preço: Os preços podem variar muito, de R$ 5 a R$ 80, dependendo da potência e do tipo
Eficiência luminosa: 60 lumens/Watt
Mais recentes no mercado, são uma evolução das fluorescentes tubulares. Além da vida útil longa e do baixo consumo, apresentam outras vantagens: podem ser rosqueadas nos mesmos bocais das lâmpadas incandescentes, não precisam de reator e starter e, por serem compactas, se adaptam a uma variedade maior de luminárias. De maneira geral, a temperatura de cor é fria, com luz branca, mas também são ofertados modelos com temperatura de cor mais quente. Uma desvantagem é o preço, bem mais alto que o das incandescentes. O investimento inicial maior, porém, é compensado pela vida útil longa e pela economia de energia elétrica. Elas não devem ser quebradas e exigem coleta de resíduos especial por causa do mercúrio presente nos tubos, um metal extremamente tóxico. Este, aliás, é outro ponto negativo e, por isso, ela é criticada por alguns especialistas: o Brasil não está preparado para reciclar essas lâmpadas e a maior parte delas termina em lixões.
Halógenas
Consumo: 50W
Vida útil: 2.000 horas
Preço: Uma lâmpada halógena de 50W x 12v custa, em média, R$ 8
Eficiência luminosa: 18 lumens/Watt
Introduzidas no mercado mais recentemente, produzem uma luz branca e brilhante, indicada para realçar objetos no ambiente e especialmente quando a fidelização das cores é importante. Por isso, são muito usadas no comércio em vitrines, mostruários, etc. Em casa, são usadas para fins decorativos como para dar destaque a objetos de decoração. Tem consumo relativo um pouco menor e são mais duráveis do que as incandescentes. Mas, como regra geral, a casa ecológica não deve ter lâmpadas halógenas.
LEDs
Consumo: 1,5 W
Vida útil: 50.000 horas
Preço: Uma moderna lâmpada de LED, com 12W, que tem mais ou menos a mesma luminosidade que uma incandescente de 60W, custa R$ 70
Eficiência luminosa: 200 lumens/Watt
LEDs são aquelas pequenas fontes de luz encontradas nos aparelhos eletrônicos. As lâmpadas são formadas por LEDs agrupados e representam a nova promessa da indústria para reduzir o consumo de energia com iluminação. Essas lâmpadas ainda são caras, mas têm uma durabilidade altíssima e baixíssimo consumo de energia. Os LEDs proporcionam maior flexibilidade para efeitos, que vão desde as opções de cores e formatos até a distribuição da luz e a temperatura de cor. Seu uso atual é mais voltado para fins decorativos, substituindo as halógenas, mas é provável que com a popularização os preços caiam e surjam modelos para uso geral.
Para economizar mais:
Ambiente pintado com cores claras, especialmente o teto, reflete melhor a luz e reduz os gastos com iluminação.
Em áreas coletivas, como corredores e escadas de prédios, use interruptores temporizados (minuteiras) ou sensores de presença para evitar que as lâmpadas fiquem acesas quando ninguém está no ambiente.
Em áreas externas, use fotocélula para acionar as lâmpadas. Isso vai evitar o acendimento delas quando a luz solar é suficiente.
Os dimmers permitem que você ajuste a luminosidade do ambiente. São dispositivos que controlam a intensidade de luz emitida pelas lâmpadas economizando energia.
Fonte: OGlobo (10.05.12)