Comércio eletrônico pede saída antifraude

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O número de tentativas de fraudes no comércio on-line envolvendo cartão de crédito tem aumentado, mas a quantidade de golpes concluídos está minguando, segundo estudos da FControl, especializada em soluções antifraude. Entre 2011 e 2012, as tentativas de fraude passaram de 3,6% para 3,8%, no período de janeiro a maio, mas o prejuízo para o comércio caiu de 0,5%, em 2010, para 0,2% em 2012. "As fraudes on-line mais comuns são focadas em produtos de fácil revenda e alto valor agregado, como celulares, eletrônicos e passagens aéreas", diz Marcos Cavagnoli, coordenador do comitê de meios de pagamento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net).


Segundo o especialista, as operações suspeitas envolvem golpes com os seis primeiros números do cartão de crédito e CPFs com registros anteriores de transações negadas, além de internautas que, com o mesmo CPF, indicam endereços de entrega diferentes. "Há ainda pedidos com vários nomes para o mesmo endereço, reincidência de compras em um curto espaço de tempo e e-mails suspeitos", diz. "Algumas empresas têm de 20% a 30% do faturamento perdido devido às fraudes."


Na maioria das vezes, o pirata virtual tenta burlar o pagamento com compras mais altas. "O tíquete médio das transações fraudulentas costuma ser maior do que o das operações aprovadas." A sugestão de Cavagnoli para as lojas é adotar ferramentas de controle de risco e soluções antifraude, como o Uol PagSeguro, Moip, PayPal e Mercado Pago, que utilizam redes neurais e de inteligência artificial para detectar golpes.


A vantagem desses serviços é que o consumidor pode centralizar dados pessoais e de crédito em um único cadastro, realizado apenas uma vez. Há, ainda, garantia de proteção contra pagamentos não autorizados. Depois da ficha preenchida, nas próximas visitas ao site, basta digitar o e-mail e a senha definidos para realizar novas compras. Em março, o Pontofrio.com firmou parceria com o PayPal, que tem mais de 2,5 milhões de usuários no Brasil.


"O ideal é contar com uma tecnologia não apenas para responder rapidamente às ocorrências, mas para prevê-las", afirma. Para isso, são indicados softwares que analisam o comportamento dos fraudadores. "O maior culpado pela morte das empresas de e-commerce é o cancelamento da compra pelo cliente após perceber que houve um débito em sua fatura, feito por outra pessoa."


Segundo Hugo Costa, presidente da ACI Worldwide Brasil, fornecedora de softwares de prevenção, os estabelecimentos virtuais preocupados com segurança garantem aos clientes alternativas de pagamento que não armazenam dados de cartão e processos de autenticação das operações junto à rede adquirente e ao banco emissor do plástico. "Deve também existir no site uma área para esclarecer aos compradores os níveis de segurança oferecidos, além do endereço físico, CNPJ da loja e telefone para esclarecer dúvidas."


Costa lembra que, além de implementar dispositivos de blindagem, os sites devem oferecer aos consumidores que usam cartão um pagamento rápido e sem falhas. "Estatísticas mostram que a demora ou pequena falha no momento em que o cliente está com o carrinho cheio, pronto para finalizar a compra, podem levar à desistência da operação." (JS)



Por Ana Luiza Mahlmeister | Para o Valor, de São Paulo


Fonte: Valor Econômico (27.06.12)

 


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