Marco civil da internet é retirado de pauta sem previsão de nova votação

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Gustavo Lima


Marco Maia: "Enquanto continuar o impasse, não teremos condição de votar essa matéria".


A votação em Plenário do marco civil da internet (PL 2126/11) foi adiada mais uma vez nesta terça-feira (20) depois que oito líderes de partido pediram a retirada do projeto da pauta. Diante de tanta controvérsia, a proposta agora não tem data para voltar à Ordem do Dia.


Alguns partidos, como o PR, o PTB, o PDT e o PSC, justificaram a posição favorável à retirada de pauta como uma manobra de obstrução para pressionar pela votação da proposta do fim do fator previdenciário (PL 3299/08).


"Enquanto não tiver um acordo para votação do fim do fator previdenciário, não se vota nada nesta Casa", afirmou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).


O argumento, no entanto, não convenceu ao presidente da Câmara, Marco Maia. Ele disse que o fator previdenciário foi utilizado como "cortina de fumaça" para evitar a votação do marco civil.
"Há um debate sobre detalhes, influências pontuais, que estão se sobrepondo ao interesse maior. Essa matéria voltará à pauta assim que tivermos um acordo definitivo por parte da maioria dos líderes. Enquanto continuar o impasse, não teremos condição de votá-la", disse o presidente.



Interesses econômicos


Para o relator da proposta, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), o que tem inviabilizado a votação do marco civil são "interesses econômicos dos grandes provedores de conexão". "O problema não é fator previdenciário, é o marco civil e os interesses que ele contraria", disse.


Segundo Molon, para que o projeto volte à pauta, é preciso que a sociedade se organize para pressionar os parlamentares dos partidos que solicitaram a retirada de pauta. "É lamentável que a Câmara tenha mais uma vez negado ao internauta brasileiro o direito à liberdade de expressão, à privacidade, a uma internet neutra", criticou.



Neutralidade de rede


Um dos pontos polêmicos do texto é o que estabelece a neutralidade, dispositivo que obriga os pacotes de dados a serem tratados de forma isonômica, sem distinção por conteúdo, origem, destino ou serviço. Isso significa, por exemplo, que um provedor de acesso não poderá diminuir a velocidade de aplicativos de vídeo ou de chamadas gratuitas.


O deputado Silvio Costa (PTB-PE), no entanto, defendeu a retirada de pauta. Segundo ele, o projeto ainda deixa muitas lacunas. "Não existe na Casa consenso sobre esse projeto, não dá para entender a urgência em votar. Ele não define de forma criteriosa os direitos do consumidor", disse.


Íntegra da proposta:
PL-2126/2011


Reportagem - Carol Siqueira


Edição - Pierre Triboli



Fonte: Agência Câmara de Notícias (20.11.12)


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