Com 64 votos recebidos em um "universo" de 81 conselheiros federais, os advogados Marcus Vinicius Furtado Coêlho (do Piauí) e Claudio Lamachia (do RS) serão, pelos próximos três anos, o novo presidente e vice da OAB Nacional.
Eles venceram nesta quinta-feira (31) a eleição com 79% dos votos contra 20% de Alberto de Paula Machado e Miguel Angelo Cançado. Houve um voto em branco.
Coêlho e Lamachia irão comandar uma associação que representa cerca de 700 mil profissionais e administra um orçamento anual de cerca de R$ 30 milhões.
Advogado militante, formado pela Universidade Federal do Piauí (turma de 1993) com pós-graduação pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutorando em Direito Processual pela Universidade de Salamanca (Espanha), Marcus Vinicius é filho do escrivão judiciário Sérgio Coêlho e da professora primária Maria Doracy.
Nasceu na cidade de Paraibano, no sertão maranhense, região que abrange a Chapada do Alto Itapecuru, distante cerca de 500 quilômetros de São Luís.
Perdeu o pai aos quatro anos de idade e, aos 11, mudou-se com a mãe para Teresina, onde estudou no Instituto Dom Barreto, considerado pelo Enem, durante três edições, a melhor escola do país. Após formar-se em Direito, foi aprovado em primeiro lugar em concurso público para professor da UFPI.
Claudio Lamachia foi presidente da OAB gaúcha durante seis anos e obteve, no ano passado, em pesquisa nacional realizada pela revista Veja, a condição de presidente de "melhor reconhecimento", avaliado por advogados de todos os Estados brasileiros.
Lamachia foi o líder do movimento OAB Mais que, no RS, também venceu as eleições para o triênio 2013/2015 - com 66% dos votos, elegendo Marcelo Bertoluci para a presidência.
Coêlho disse que "a Ordem precisa saber compatibilizar suas duas missões. Por um lado, a defesa das prerrogativas da profissão como instrumento do exercício do direito de defesa e do devido processo legal. Por outro, a luta pelas grandes causas da República brasileira. A Ordem possui essa dupla missão, que decorre do Estatuto da Advocacia e da Constituição Federal. O Estatuto fixa que a OAB é uma entidade defensora do Estado Democrático de Direito e tem papel relevante para o aperfeiçoamento das instituições jurídicas. E são as instituições jurídicas que garantem a democracia. As duas missões não são excludentes, mas complementares. Há uma falsa polêmica acerca de se privilegiar uma ou outra luta. A entidade bem gerida, bem administrada, descentralizada de forma que utilize os valores de seus dirigentes e não concentre a sua atuação apenas na figura do presidente, pode atuar bem nos dois campos".
O gaúcho Lamachia trabalhará, entre outras frentes, na agilização do julgamento de causas de interesse da classe, mudança na legislação que trata da verba sucumbencial e respeito às prerrogativas.
Fonte: www.espacovital.com.br (01.02.2013)