Renan Carreira e Beatriz Bulla, da Agência Estado
SÃO PAULO - A Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a retirada preventiva do mercado do lote 2C30 do Tomato Ketchup Heinz, de 397 gramas, após ter encontrado pelos de roedor no produto. Segundo a Entidade, os pelos foram detectados após análise microcóspica em amostras compradas em um supermercado de São Bernardo do Sul, no interior paulista, no fim do ano passado. A Empresa negou as irregularidades e questionou os testes.
Em nota, a Anvisa informou que no último dia 15 foi notificada pela Proteste, mas disse que não vai retirar o produto do mercado porque o teste foi realizado por um órgão não Oficial.
Além disso, considerou insatisfatórios os laudos da avaliação do produto. "Na seara de exercício do poder de polícia sanitária, não se mostra legítima a transferência a laboratórios não oficiais das atividades de análises probatórias", diz o Parecer nº 127/2007/Anvisa/MS, usado pela agência como base para a decisão.
A Anvisa também informou que acionou o Órgão de Vigilância Sanitária do Estado de Goiás "para verificar o cumprimento da legislação sanitária vigente, uma vez que as ações na área de alimentos são descentralizadas". Contatado, o Órgão de Vigilância Sanitária ainda estava apurando os fatos para tomar uma posição. A Heinz é dona da marca Quero Alimentos no Brasil, cujo parque industrial se localiza em Goiás.
A Heinz Brasil afirmou, em nota, que não teve a oportunidade de avaliar o produto em questão ou de validar a precisão do teste do produto. "Com base em nossos rigorosos programas de qualidade e segurança temos razões para questionar o teste e não temos nenhuma evidência de problemas de segurança com o produto", diz o texto.
Na semana passada, a marca de alimentos Heinz entrou para a lista de negócios capitaneados pelo fundo 3G, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, fundadores da Ambev. Eles se uniram ao megainvestidor Warren Buffett e pagaram US$ 28 bilhões, incluindo dívidas, pela empresa fundada em 1869. O objetivo é tornar a Heinz uma potência global de alimentos comparável à AB Inbev em bebidas.
Fonte: Estadão (19.02.2013)