Associação de supermercados projeta que os valores das carnes e produtos de higiene devem cair numa média de 6%, enquanto os demais itens da cesta devem recuar 3%
BRASÍLIA - O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Teruo Yamada, disse nesta segunda-feira que os produtos da cesta básica que passaram por redução de impostos devem ficar mais baratos para o consumidor a partir desta terça-feira, 12.
De acordo com Yamada, as carnes e os produtos de higiene devem cair numa média de 6%, enquanto os demais itens que compõem a cesta básica devem diminuir 3%.
Segundo ele, a desoneração integral da cesta, anunciada pela presidente Dilma Rousseff na última sexta-feira, deve chegar ao consumidor em até duas semanas. Isso porque parte deste repasse também depende da indústria. Yamada reuniu-se, no Ministério da Fazenda, com representantes do comércio e da indústria e com o ministro Guido Mantega.
Mantega foi questionado sobre a diferença da desoneração para o consumidor final apresentada pela presidente Dilma Rousseff (de 9,25% a 12%) e o que os empresários falaram à imprensa na saída do encontro com o ministro (de 3% a 6%). "Quando termina um tributo, não tem como aproveitar (integralmente) na ponta (ao consumidor)", afirmou.
Ele disse que são questões setoriais que precisam ser resolvidas para que o efeito seja o mais próximo dos valores mencionados pela presidente.
O ministro garantiu que as empresas de alimentos, da indústria e do atacado se comprometeram a repassar a redução de tributos o mais depressa possível. "Para nós, é importante que as medidas cheguem logo às prateleiras para beneficiar a população", disse o ministro. Para Mantega, a desoneração beneficia todos os brasileiros, mas, principalmente, os de menor renda, que são os que gastam a parte maior dos rendimentos com alimentos. "A base da pirâmide social", resumiu.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Edmundo Klotz, disse que espera que todo o setor varejista repasse a desoneração ao consumidor final, mas não citou um porcentual. "Não temos muita noção de quanto será esse repasse. Chegará ao menor nível possível, pois estamos fazendo a nossa parte. Todos devem repassar o máximo do benefício, levando o imposto para próximo de zero".
A entidade prevê um crescimento das vendas de alimentos de 5% a 6% neste ano. "Com a desoneração não vai mudar muita coisa, pois as vendas de alimentos não crescem de repente, como as vendas de automóveis", declarou.
De acordo com a agenda da Fazenda, a reunião contou com representantes da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), da Associação Paulista de Supermercados (Apas), BR Foods, Pão de Açúcar, Wal-Mart, Carrefour, Cargill e Nestlé.
(com Anne Warth, João Villaverde, Renata Veríssimo e Célia Froufe)
Fonte: Estadão.com.br (11.03.13)