Volume de FLV rastreado no Programa RAMA cresce 15% no 3º trimestre

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O Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), apresentou crescimento de 15% no volume de frutas, verduras e legumes (FLV) rastreados no terceiro trimestre de 2016 na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o Balanço RAMA apresentado hoje (8/11), na 50ª Convenção ABRAS.


No terceiro trimestre de 2016 já foram rastreados 310,1 mil toneladas de FLV ante 269,2 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado, segundo a Paripassu, empresa que faz a gestão técnica do Programa.
Lançado em 2012, o Programa RAMA monitora e rastreia no Brasil uma média mensal de 80 mil toneladas de frutas, legumes e verduras desde o ano de sua implantação.

"O RAMA já atingiu 852,7 mil toneladas rastreadas em 2016, resultado de um forte trabalho da ABRAS no apoio à redução do consumo de agrotóxicos no País. Nosso objetivo é que mais empresas varejistas se conscientizem da importância do RAMA para os empresários e para os consumidores e, assim, nos ajudem a melhorar cada vez mais a qualidade dos produtos oferecidos nas lojas de todo o País", afirma Marcio Milan, superintendente da ABRAS, responsável pelo RAMA.

O Programa RAMA conta com a parceria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Análise de resíduo
Até o terceiro trimestre de 2016, o RAMA registrou um índice de conformidade da ordem de 71%, apresentando melhora em relação ao mesmo período do ano anterior, quando era de 63%. As inconformidades se relacionam ao Limite Máximo de Resíduos (LMR), ingredientes Não Autorizados (NA), uma combinação dos dois (LMR+NA) e os ingredientes Proibidos, seguindo nomenclatura utilizada pelo Programa de Análises de Resíduos em Alimentos (PARA), da Anvisa.

 

No RAMA, apenas 3% dos resultados de 2016 estão acima do LMR, de acordo com a Paripassu. E 23% das amostras analisadas este ano resultaram em ingredientes ativos não autorizados para determinada cultura. É o caso da minor crops, que apresenta pouco ou nenhuma alternativa para tratamento de seu processo produtivo, ou seja, são culturas para as quais as empresas produtoras de fertilizantes demonstram pouco interesse em registrar formulações específicas.


Algumas das culturas que contam com baixa oferta de produtos para o manejo de pragas são: abobrinha, berinjela, pimentão, beterraba, morango, entre outras. E, de acordo com o responsável pelo RAMA, Marcio Milan, são nesses casos que estão focadas as ações de orientação técnica para a adoção das boas práticas agrícolas.


"Essa é uma questão que precisa ser debatida com muita atenção, e nós, da ABRAS, estamos atentos e buscando soluções que visem maior segurança para o nosso consumidor. Pela necessidade de uma análise mais complexa das culturas com poucas formulações de fertilizantes, a Anvisa irá realizar o 4º Encontro Nacional sobre o Registro de Agrotóxicos para Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente, nos dias 10 e 11 de novembro, em Brasília, do qual irei participar. O evento discute exatamente esses casos, e tem o objetivo de sensibilizar o setor produtivo de frutas e hortaliças sobre a importância do registro de agrotóxicos de melhor perfil ecotoxicológico", destaca Milan.

 

Números
O Programa RAMA, de abrangência nacional, conta hoje com a participação de 40 varejos (que representam mais de 20% das vendas totais de FLV comercializados pelo setor no Brasil). Confira alguns números:

- 40 empresas (redes) varejistas participantes
- 3 associações estaduais atuantes: Associação Catarinense de Supermercados (ACATS), Associação Sergipana de Supermercados (ASES) e Associação de Supermercados do Rio Grande do Norte (ASSURN).
- 81 produtos monitorados (do total de 290 produtos rastreados), constantemente, sendo que o Programa PARA, da Anvisa, estabelece 25 itens para análise).

Adesões

O primeiro estado a implantar o RAMA foi Santa Catarina, com a parceria da Associação Catarinense de Supermercados (ACATS). O segundo estado a implantar o RAMA foi o Rio Grande do Norte, com a parceria da Associação de Supermercados do Rio Grande do Norte (ASSURN), com trabalhos iniciados em 2012; e o terceiro estado foi Sergipe, com apoio da Associação Sergipana de Supermercados (ASES), que começou a implantação do RAMA em 2014.

Grandes empresas como Angeloni, Bistek e Giassi, maiores redes de Santa Catarina; G. Barbosa, do Cencosud, a maior do Estado de Sergipe; e Nordestão, a maior do Rio Grande do Norte, capitanearam a ampliação dos programas em seus respectivos estados; mas foi a entrada da Rede Carrefour, em 2015, que deu abrangência nacional ao programa da ABRAS, marcando a adesão individual das empresas ao mesmo (antes a adesão ocorria somente por estado, capitaneadas pelas associações estaduais de supermercados).

Ainda em 2015 ocorreu a adesão da Cooperativa de Consumo (Coop), de São Paulo (15ª maior empresa pelo Ranking Abras/SuperHiper 2016). Em maio de 2016, o programa ganhou mais duas importantes adesões, de redes de varejo especializadas em hortifrutigranjeiros: Hortifruti e Natural da Terra.

ABRAS
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) é a entidade representativa em âmbito nacional do varejo de autosserviço, setor responsável pela comercialização, no Brasil, de 83,7% de produtos alimentícios, de higiene, limpeza e congêneres. Com faturamento de R$ 315,8 bilhões (Ranking Abras/SuperHiper 2016), o setor supermercadista no País representa 5,35% do PIB e gera mais de 1,85 milhão de empregos diretos, segundo a Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS). Trata-se da mais importante atividade econômica de comércio, com 84,5 mil lojas no Brasil, que recebem cerca de 25 milhões de consumidores todos os dias.



Convenção ABRAS 2016
Data: de 8 a 10 de novembro de 2016
Local: Bourbon Convention & Spa Resort - Atibaia (SP)
Endereço: Rodovia Fernão Dias, s/n - km 37,5 - Atibaia (SP)
Clique aqui e veja toda a programação do evento.

 

 

Redação Portal ABRAS


 


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