Queda da inflação em maio refletiu em menor variação nos preços da cesta de alimentos
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O Consumo nos Lares mantém a trajetória de crescimento e acumula alta de 2,02% de janeiro a maio - resultado alinhado às projeções do setor supermercadista que prevê crescimento de 2,80% no ano, aponta o indicador nacional de consumo da Associação Brasileira de Supermercados.
Em maio, o consumo registrou queda de -3,47% na comparação com abril. De acordo com análise da entidade, o recuo se deve, principalmente pelo impacto positivo e natural de abril causado pela Páscoa no consumo, e pelo reflexo da inflação nos alimentos, que reduz o poder de compra da população.
Na comparação com o mesmo período de 2021, o consumo teve alta de 0,39%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A expectativa é de que a redução do ICMS sobre os combustíveis, que impacta o frete, a queda do desemprego, os novos recursos que devem ser injetados na economia decorrentes da PEC dos Benefícios contribuam com o consumo nos lares. A sinalização dos analistas de mercado para uma inflação em menor patamar para o próximo mês pode trazer menor pressão sobre os preços na cesta de alimentos”, analisa o vice-presidente Institucional da ABRAS, Marcio Milan.
Cesta Abrasmercado
A queda da inflação registrada em maio refletiu no valor da cesta de alimentos. Após expressiva alta em abril, de 3,04%, a maior variação registrada no ano, o Abrasmercado – indicador que analisa a cesta composta por 35 produtos de largo consumo como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza – registrou variação de 0,94% em maio, a menor alta registrada desde janeiro. Com isso, o preço médio da cesta nacional passou de R$ 758,72 em abril para 765,82 em maio. No acumulado do ano, no entanto, a alta é de 9,32%. Em 12 meses, atinge 17,20%.
Dentre os itens básicos da cesta de alimentos com maior alta, de janeiro a maio, estão feijão (+28,46%), leite longa vida (+28,04%), óleo de soja (+22,57%), farinha de trigo (+21%), café torrado e moído (+14,63%), massa sêmola de espaguete (+12,12%), margarina (+8,94%), arroz (+2,59%), açúcar (+0,61%).
Com a fraca demanda pela carne bovina, os cortes que compõem a cesta Abrasmercado, como os traseiro e dianteiro registraram queda de -0,84% e -0,07% respectivamente em maio. No entanto, acumulam alta de 4,84% e 4,87% no ano.
Na categoria de higiene e beleza, os produtos com maior variação nos preços foram o sabonete (+12,64%), o xampu (+6,31%), o creme dental (+6,24%), e o papel higiênico (+5,26%). Na categoria limpeza, as maiores variações foram puxadas por sabão em pó (+10,62%), detergente líquido para louças (+6,24%), desinfetante (+4,78%) e água sanitária (+4,66%).
Regiões
Na análise regional do desempenho das cestas, a região Sul apresentou a maior variação no preço médio da cesta, alta de 2,10%, passando de R$ 842,49 em abril para R$ 860,15 em maio. Em 12 meses, a variação é 21,22%, a maior dentre as cinco regiões do País.
Em contrapartida, a região Sudeste apresentou recuo de 0,10%. O preço médio da cesta caiu de R$ 748,05 em abril para R$ 747,31 em maio. Nos últimos 12 meses, a variação é de 19%.
Nas demais regiões, as variações no acumulado dos 12 meses foram: Nordeste (18,17%), Centro-Oeste (15,35%), Norte (12,03%).