Redes aumentarão estoque de bens duráveis para o Natal

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A ceia de Natal neste ano tende a ser menos farta, pois o foco do consumo deverá ficar mais voltado aos gastos com bens duráveis, como produtos para casa, eletrodomésticos e carros. Com isso, as redes hipermercadistas, por exemplo, devem ampliar os estoques de alguns desses produtos em até 35% para não perder terreno, pois a tendência já fez a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) diminuir a projeção de vendas de 8% para 5,2%.

 

"A retração é normal e não precisa ser encarada como problema. Diminuímos expectativa de vendas ao percebermos tendência do brasileiro a comprar outros bens: eletrodomésticos, eletroeletrônicos, material de construção e carros", afirmou Tiajuru Pires, superintendente da Abras.

 

Para ele, mesmo com retração nas projeções, o consumo continuará alto e as vendas, especificamente as de dezembro, deverão ficar 12,5% maior do que as vendas de 2009. "O Natal tem sempre aumento de vendas muito considerável nos hipermercados, mas a média do ano não ficará com crescimento de 8% porque nos últimos três meses o foco do consumidor para compra mudou", detalhou o executivo.

 

Na pesquisa Abras, 71% dos hipermercadistas anunciaram aumento do valor dos produtos natalinos, em comparação a 2009, mas para o analista de mercado e consultor da Inovações e Consumo, Idemar Vieira, o aumento não afugenta o consumidor. "Na linha branca, a média de valores subiu este ano, mas nada exagerado que intimide o consumidor."

 

A compra de bens duráveis cresceu 2% em outubro, passando de 136,9% em setembro para 139,7% em outubro, na apuração da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Neste mês, 65,3% das famílias disseram acreditar que o momento é favorável para esse tipo de consumo, um crescimento de 2,2% em relação aos 63,1% registrados em setembro.

 

Outro segmento que espera ter alta neste Natal será o de brinquedos. De acordo com números da Abras, uma das maiores expectativas de crescimento ficará por conta do presente da criançada, com crescimento previsto de 11% em dezembro, se comparado a 2009. "Ano passado já tivemos números bons na venda de brinquedos: 7% a mais do que em 2008; este ano o crescimento deverá ser ainda maior", disse Pires. "Podemos dizer que este será o melhor Natal dos últimos três anos, e um dos melhores da história. Não temos motivos para não ficar otimistas."

 

O Extra, gerenciado pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA), já anunciou ter aumentado em 30% a importação de produtos não alimentícios para este fim de ano. Como o dólar está estável, a época é boa para importar. "O que está regulando o preço dos importados é o valor do frete da Ásia para a América Latina, que voltou a patamares próximos dos do período pré-crise", diz o diretor de Negócios Internacionais do GPA, Sandro Benelli.

 

Quem também se mostrou otimista com as vendas de produtos não alimentícios para o ano foi o Hugo Bethlem, vice-presidente Executivo do GPA, que acredita que presenciará o Natal mais rico dos últimos anos. "Esperamos um Natal promissor em 2010, carregado de vendas de eletroeletrônicos", acredita o executivo.

 

De acordo com Bethlem, televisores de LCD serão uma aposta forte no fim de ano. "Desde setembro notamos um crescimento exponencial nas vendas, mais até do que na Copa. O brasileiro trabalha mais com carteira assinada, e essa estabilidade impulsiona as compras", disse. Outro campeão de vendas nos hipermercados do GPA é a linha de computadores. "A média do ano mostra que vendemos mais computadores que televisores."

 

Para atender as expectativas positivas, o executivo afirmou que o Grupo se prepara para fazer estoque e importações. "Confiando que o Brasil cresce de forma sustentável, podemos trabalhar com mais prazos e estoques."

 

Construção

 

No segmento de material de construção também houve alta de janeiro a setembro, de 15,09% ante mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). O ritmo de expansão nos nove meses é o mesmo esperado para o acumulado do ano, quando o setor deve crescer 15%. Na Leroy Merlin, que briga por espaço no setor com redes como a Dicico e a C&C, o fim do ano traz resultado. A gerente de Vendas Carla Ramos já comemora o bom desempenho. "Todos querem arrumar a casa no fim de ano, por isso há alta das vendas até dezembro."

 

Veículo: DCI


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