A Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em nota enviada pela sua assessoria de imprensa hoje, esclareceu alguns pontos questionados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), sobre a responsabilidade da carne bovina e de outros alimentos, como o feijão, na alta da inflação. No comunicado, assinado pelo presidente Sussumu Honda, a Abras diz que as variações de preços dos produtos são resultados da pesquisa Abrasmercado, que desde 2001 coleta preços em supermercados nas cinco regiões do País, realizada pela empresa alemã GFK.
"Não se trata de escolher um ou outro produto e elegê-lo como o ''vilão da inflação''; é uma amostra com base metodológica consolidada e que apenas mostra as oscilações de preços", informou a Abras.
A entidade também afirma que não é verdade que em alguns tipos de carnes, os preços praticados pelos supermercados embutem uma margem de lucro de quase 140%. "Tal prática está totalmente fora da realidade do setor, que trabalha com margens muito menores dada a extrema concorrência existente no mercado. Uma margem dessa ordem seria inaceitável para o público consumidor e inviabilizaria a venda do produto", declarou, enfatizando que defende a desoneração de PIS e Cofins para toda a cadeia produtiva da carne, conforme nota já publicada pela Agência Estado.
A Abras ainda cita que, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea - Esalq/USP), a arroba do boi apresentou alta de 33,5% no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2011. "No mesmo período, o preço da carne praticado pelos supermercados (e aferido pela GFK na cesta Abrasmercado) apresentou um aumento acumulado de 26,8%, o que demonstra que, ao contrário do que diz a Abrafrigo, o setor supermercadista é sensível às dificuldades enfrentadas pelo setor produtivo, não repassando o aumento de custo na mesma proporção ao consumidor final", finaliza a Abras.
Veículo: Agencia Estado