Ação conjunta visa a dobrar o consumo de vinhos no País

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Para estimular o consumo de vinho da população brasileira, e dobrar o consumo per capita até 2016, entidades ligadas à cadeia produtiva e grandes players do setor supermercadista -como Grupo Pão de Açúcar (GPA), Walmart, Carrefour, e Zaffari - dão início à primeira ação depois da queda do pedido de salvaguarda aos vinhos importados, ocorrida no mês de outubro no País.

Neste primeiro momento, a intenção é aumentar em 20% o volume de vendas de vinho branco de janeiro a março - bebida esta que pode ser consumida durante o verão. Para que isso ocorra, cerca de 50 supermercados, divididos entre São Paulo (30) e Porto Alegre (20), estão com publicidade diferenciada - "No Verão, vá de Vinho Branco" - dentro do ponto de venda, além de sessões de degustação para que o consumidor entenda mais sobre o produto para consumi-lo.

Segundo Márcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), é a partir deste momento que todos os envolvidos - dos produtores de uva às redes varejistas e aos distribuidores de bebidas - começam a sentir os impactos positivos da iniciativa. "Nossa intenção com essa primeira medida é incentivar, de forma consciente e por meio de campanha promocional, o vinho branco de produção nacional", disse Milan.

Ainda segundo o executivo da Abras, como 68% das vendas de vinho concentram-se dentro das redes supermercadistas, nada melhor do que ter essas empresas como "porta-vozes" oficiais dessa divulgação. "A campanha foi toda criada para o ponto de venda. Além dos pontos que começaram ontem a campanha, ainda estamos à procura de novas adesões", destaca. O porta-voz refere-se à rede Sonda Supermercados, que pode vir a participar da iniciativa, junto com os demais.

Além de a campanha ter como mote o verão, a iniciativa de promovê-la nesse período deve-se ao momento em que o varejo promove a adequação dos seus estoques. "Não poderíamos ter iniciado as ações antes, pois as mercadorias para as vendas de final de ano estavam todas acertadas", explicou Milan, em entrevista.

 
Pequenos e médios

Mas não são apenas as maiores redes de supermercados que serão beneficiadas com o incremento das vendas de vinho: os pequenos e médios empresários do setor também serão.

Entre os dias 31 de janeiro e 3 fevereiro, o projeto setorial "Conhecendo os Vinhos do Brasil" -promovido em conjunto pelas entidades Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Bebidas (Abba); Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe); União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin)- levará diversos empresários à Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, um dos principais polos produtores do artigo, para conhecerem mais profundamente os vinhos nacionais.

"Quase 90% dos empresários que participarão desse encontro são de pequenos e médios produtores e varejistas", explicou o vice-presidente da Abras. Com isso, todas as entidades conseguirão promove a democratização nas vendas de produtos nacionais e importados, conforme argumentou Adilson Carvalhal Junior, presidente do conselho deliberativo da Abba.

"Nós temos que crescer, não nos combatermos", disse ele, que completou: "A intenção dos empresários ligados ao setor é ampliar a cadeia produtiva local de vinhos, pois isso é um negócio rentável", argumentou.

Para Márcio Milan, com as ações que ocorrerão ao longo do ano, em 2016 será possível dobrar o consumo de vinho per capita no Brasil. "Se tudo der certo, ao longo dos próximos anos podemos chegar a 5 litros per capita no País", disse ele. Em outubro de 2012, quando a salvaguarda foi retirada, a intenção era passar dos atuais 1,9 litro per capita, para 2,5 litros, até 2016. Além disso, a meta era eliminar os estoques extremamente altos do produto dentro dos polos produtores.

Tributação

Outro pleito que já havia sido anunciado, mas que será levado mais a sério neste começo de ano é a redução dos tributos sobre os vinhos. Segundo Carlos Raimundo Paviani, diretor-executivo do Ibravin, as taxas chegam a impactar mais de 50% no preço final do produto ao consumidor. "Vamos trabalhar com as secretarias da Fazenda de nove Estados [em um primeiro momento], incluindo a de São Paulo. Atualmente, neste estado, a alíquota da Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) é de 25%, sem dúvida, a maior tributação sobre vinhos do País. Cervejas e cachaças têm um percentual de 18% no estado", argumentou o diretor.

Todos os porta-vozes da entidade afirmaram que, além de aumentar a visibilidade do produtos, a intenção é de con seguir manter-se competitivo frente aos outros setores que atuam com bebidas. "Queremos ser mais competitivos", disse Paviani.

 
Veículo: Jornal DCI (23/01/2013)


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