Proposta decente, "verão e vinho branco"

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Por Paula Cunha

 
Elevar o consumo nacional de vinho de 1,9 litro per capita para 2,5 litros até 2016 é uma das metas do Grupo de Trabalho da Cadeia do Vinho, formado em outubro do ano passado.
 
Ontem, o Grupo apresentou em São Paulo a campanha "No Verão, vá de Vinho Branco" para disseminar as vendas desta variedade durante a estação.
 
A meta é  elevar em 20% o consumo de vinho branco de janeiro a março em comparação com o mesmo período do ano passado. E aumentar a venda de variedades brasileiras finas de 19 para 40 milhões de litros em quatro anos.
 
Assim, as entidades de fabricantes e importadores da bebida firmaram um acordo com redes de supermercado para iniciar a campanha com sessões de degustação e orientação nestes espaços. "O objetivo é fazer com que o brasileiro deixe de associar a degustação apenas com o inverno e as datas comemorativas, especialmente Páscoa e Natal", explica Carlos Paviani, diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho. 
 
O Grupo é formado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Associação Brasileira de Exportadores e Importadores de Bebidas (A.B.B.A), Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) e Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Ele foi criado  para defender e estimular o segmento. Trinta unidades de supermercados em São Paulo e mais de 20 em Porto Alegre participarão da campanha de verão e, segundo a Abras, mais adesões devem ocorrer nos próximos dias.
 
Paviani ressaltou que estas ações visam  aumentar a procura por vinhos finos no País a partir do aumento do poder aquisitivo da população brasileira. De acordo com os dados da entidade, foram comercializados 19,2 milhões de litros  em 2011 (ainda não foram compilados os números de 2012). Paviani lembrou que as ações em supermercados são importantes porque 68% do vinho produzido no Brasil são comercializados nestes estabelecimentos. Esta iniciativa pode ser considerada estratégica já que existem  83 mil unidades em todo o território nacional que recebem diariamente 25 milhões de consumidores.
 
Tributação – A carga tributária que incide sobre o setor varia de 43% a 55%, dependendo do tipo de vinho produzido. O Ibravin criou recentemente um grupo de planejamento tributário que atua em nove estados brasileiros, onde o índice de tributação é mais elevado.
 
Ele cita que em São Paulo, por exemplo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) é de 25% e que a entidade já obteve a redução de impostos no Rio Grande do Sul, o que resultou em aumento do consumo. Segundo Paviani, o setor busca o mesmo tipo de desoneração já concedida  a outros segmentos produtivos.
 
 
Um brinde aos vinhos do Brasil
 
D e 31 de janeiro a 3 de fevereiro  acontece na Serra Gaúcha o projeto "Conhecendo os Vinhos do Brasil", com a realização de rodadas de negócios entre compradores de supermercados – convidados pela Abras, Abrabe e A.B.B.A – e por produtores locais escolhidos pelas entidades que representam as vinícolas brasileiras,  Uvibra e  Ibravin.
 
Cerca de 40 vinícolas e 50 compradores de diversas cadeias supermercadistas já confirmaram a participação. O objetivo é integrar os dois elos da cadeia e estreitar relações entre eles para que os dois lados conheçam melhor a sua realidade dentro do mercado brasileiro e utilizem melhor este conhecimento durante as negociações.
 
As importadoras também participarão deste encontro. Adílson Carvalho Júnior, presidente do Conselho Deliberativo da A.B.B.A, ressaltou a importância do evento no Sul do País para incorporar as importadoras ao movimento de estímulo ao mercado brasileiro de vinho. "Queremos que as importadoras atuem como distribuidoras e que elas compreendam que este será um negócio rentável e que proporcionará, ao mesmo tempo, um amadurecimento do mercado como um todo", explicou.
 
De acordo com Marcio Milan, vice-presidente da Abras, outra ação importante é o início das discussões para a criação de um Fundo de Promoção e Ordenamento do Mercado Vitivinícola no Brasil que atuará dentro do âmbito da Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados, órgão consultivo que trabalha junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). "Ao apresentar os resultados de nossas iniciativas, queremos que o governo nos forneça uma verba para as ações promocionais e que também reduza a carga tributária que incide sobre o segmento".

 
Veículo: Jornal Diário do Comércio - SP (23/01/2013)


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