30.01.2013
O crescimento das vendas no setor supermercadista em 2012, de 5,30% sobre 2011, foi o melhor resultado desde 2009, quando o avanço do setor foi de 5,51%, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgados nesta quarta-feira.
A perspectiva da entidade é que as vendas cresçam 3,5% em 2013. “A venda dos supermercados é muito sensível ao efeito renda do trabalhador, mais que a mudança na taxa de juros”, disse em entrevista coletiva Flávio Tayra, economista da Abras. Segundo ele, a correção do salário mínimo, para R$ 678 em 2013, será menor que no ano passado e, por isso, as perspectivas de aumento nas vendas também são menores.
“A nossa projeção inicial está em 3,5%. Em 2012, revisamos a previsão no meio do ano”, disse Tayra, lembrando que a entidade fica atenta a fatores econômicos que afetem os preços dos produtos.
Segundo Fernando Yamada, o novo presidente da Abras, que acaba de assumir o posto, o recuo de 0,6% no volume de vendas em 2012 decorreu de uma migração da demanda de produtos básicos para itens com maior valor agregado. Como exemplo, ele citou a relação de mistura de bolos e açúcar. O volume de vendas de mistura para bolos subiu 20,6% no ano, enquanto de açúcar caiu 10,3%.
Segundo ele, a perspectiva para este ano é que preços se mantenham estáveis. “Não há perspectivas de altas fortes [de preço] para 2013 a não ser que haja um imprevisto”, como a quebra da safra de trigo nos Estados Unidos e na América do Sul, destacou.
O economista disse que provavelmente a valorização do dólar ante o real não tende a gerar impacto no faturamento do setor neste ano. “Vemos uma acomodação do dólar“, disse. De acordo com ele, os produtos vendidos nos supermercados não são tão sensíveis ao câmbio, porque o portfólio de itens importados nas redes costuma ser pequeno, que, por sua vez, costumam oferecer as menores margens. (Letícia Casado | Valor)
Veículo: Valor Econômico