Presença de itens importados deve dobrar nas redes

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Com participação nas gôndolas dos supermercados do Brasil em torno de 2% a 3%, os produtos importados têm caído cada vez mais no gosto do consumidor brasileiro, e, quando se fala em grandes redes do setor, é possível estimar que esse índice cresça para 20% de participação, em média. Apesar disso, a expectativa é de que com a proximidade dos eventos esportivos - Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, até 2016 - a inserção desses produtos até dobre em algumas das redes que atuam no País.

Segundo Maurício Morgado, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp), o crescimento das vendas desses artigos pode perdurar por longos anos, uma vez que o País está longe de ser alvo de uma recessão. "Todos os indicadores econômicos estão positivos. Não que apresentamos um crescimento gigantesco, mas não é possível ver uma restrição."

Ainda na opinião do especialista, a constante inserção de produtos importados deve-se ao comportamento do consumidor, que está sempre atento a uma novidade. "É evidente que o consumidor é vidrado em uma novidade: qualquer coisa nova que aparece dentro do supermercado ele tende a experimentar", explicou.

Dentre os produtos que se têm destacado, vale lembrar as cervejas importadas, que ganharam destaque devido à precificação frente às marcas nacionais. "Foi visto um movimento de cervejas importadas dentro dos supermercados que comprova a curiosidade do consumidor frente aos produtos novos à disposição", enfatizou Morgado. O fato já havia sido detalhado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) anteriormente. Para a entidade, o aumento do preço do produto nacional impulsionou as vendas das marcas importadas ao longo do ano passado.

Entraves

Apesar do cenário positivo, um dos detalhes que podem atrapalhar o número crescente de marcas internacionais nas prateleiras do País, e a venda dos mesmos, é a questão cambial. Pesquisa da Abras, presidida por Fernando Yahamada, apontou que houve incremento de 5,7% no preço desses itens, na comparação com o ano passado, quando o indicador apontou alta de 0,9%. Vale ressaltar que esse aumento foi identificado apenas no período que antecede a Páscoa.

De acordo com o economista da entidade, Flavio Tayra, as encomendas de importados típicos nesta data sazonal começaram a ser feitas no segundo semestre do ano passado, quando havia uma tendência de alta do dólar, por isso se deu incremento dos preços.

Tayra observou, entretanto, que a partir deste começo de ano, diante de iniciativas do governo de conter uma alta excessiva da moeda norte-americana, os supermercadistas passaram a apostar na estabilidade do câmbio. "A expectativa agora é que o câmbio fique mais contido", explicou ele.

Para Maurício Morgado, só haverá queda das vendas de produtos importados o dia que a taxa de câmbio estiver entre R$ 3 e R$ 4. "O consumidor não se tem incomodado muito com o preço, pois alguns produtos já fazem parte da sua rotina. Queijos, cervejas e outros artigos já viraram comuns, eles compram com grande frequência. O que reverterá esse quadro é uma taxa de câmbio extremamente alta, acima dos R$ 3", disse ele, ao DCI.

Considerada a segunda maior rede supermercadista em operação no Brasil, o Carrefour possui um grande sortimento de produtos importados que somam hoje 9.000 itens. A rede de origem francesa, aposta em especial, nos artigos de marca própria. Só no ramo alimentício, a rede passou a comercializar mais de 100 produtos novos, entre biscoitos, bombons e azeites. Todos os itens são produzidos em países como França, Espanha, Itália, Bélgica, Áustria Alemanha, Vietnã e Índia, e se diferenciam pelo preço acessível - de R$ 3,49 a R$ 15,99.

Por meio de nota, a varejista informou que com a chegada dos importados de marca Carrefour, houve incremento de 5% do sortimento de artigos de marca própria - nacionais e importados somam 9.000 itens. Além dos alimentos, a rede comercializa têxteis importados, e artigos para a casa entre outros.

Quem já mantém presença significativa de produtos importados nas lojas é a rede Pão de Açúcar. O Grupo Pão de Açúcar (GPA), por ser controlado pelo Casino, tem em suas gôndolas um número significativo de itens que levam sua marca. Em nota, a empresa informou que os itens importados participam com 5% em média das vendas do varejo do GPA, e nos meses sazonais superam 5%. Desde 2008, a rede passou a dar mais atenção à importação.

Páscoa

As vendas de produtos típicos de Páscoa, como ovos de chocolate, bacalhaus, bebidas, e azeites, entre outros, devem crescer em termos nominais 7,1% em comparação com a mesma data de 2012, segundo informou a Abras.

Em levantamento, a entidade identificou que 59,7% dos empresários do projetam vendas superiores às do ano passado, enquanto 5,6% estimam faturamento semelhante ao de 2012.

 

Veículo: DCI


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