Papel higiênico, óleo e carne ficam até mais caros em São Paulo
A queda de preços no supermercados, prometida por empresários do setor de varejo após a desoneração na semana passada de itens que integram a cesta básica, continua como promessa.
Novo levantamento realizado ontem pela Folha em cinco lojas diferentes mostra que, de 125 preços, só 12 foram reduzidos desde segunda-feira, quando empresários se comprometeram a baratear os produtos. Outros 9 tiveram seu valor aumentado. Foram consultados 25 produtos em cada uma das lojas.
Dos preços que fazem parte da desoneração, só 4 chegaram a baratear: de papel higiênico, óleo de soja, pasta de dente e carne bovina. Três preços desonerados ficaram mais altos: de carne bovina, açúcar e sabonete.
A medida anunciada pela presidente Dilma que cortou tributos na cesta básica inclui carnes bovina, suína, de frango e peixes, além de manteiga, café, açúcar e itens de higiene pessoal, como sabonete e creme dental.
A Folha visitou na segunda, na terça e ontem, no mesmo horário, lojas dos supermercados Pão de Açúcar, Carrefour, Extra, Walmart e Sonda, na cidade de São Paulo.
Nas três datas, os preços dos mesmos 25 itens, no mesmo peso e forma de apresentação, foram anotados e comparados.
SUPERMERCADOS
O Walmart afirma que todos os produtos anunciados no pacote de desoneração já estão em processo de repasse de preços, que deve entrar em vigor paulatinamente nos próximos dias.
O Grupo Pão de Açúcar, que controla os supermercados Pão de Açúcar e Extra, diz que já está adequando seus produtos e que fatores como negociações comerciais e ações promocionais influenciam os preços, que podem sofrer alterações com as variações de mercado.
Já o Grupo Carrefour também afirma que está repassando o benefício a seus clientes e que, a partir dos próximos dias, todos os produtos de açougue terão seus preços reduzidos.
Procurado pela Folha, o Sonda não se manifestou até o fechamento desta edição.
Segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), o repasse da desoneração da cesta básica ocorrerá gradualmente.
O problema, diz o órgão, é que isso depende da política de estoques e de negociação com fornecedores.
Veículo: Folha de S.Paulo