Ceará vem caminhando acima da média nacional, segundo Associação Cearense de Supermercados
São Paulo/Fortaleza. As vendas reais do setor supermercadista registraram alta de 10,7%, em agosto, em relação a igual mês de 2012, de acordo com o Índice Nacional de Vendas divulgado ontem, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com julho deste ano, o indicador aponta alta de 0,9%.
Variação do dólar ainda não impactou no preço dos produtos importados, mas pode causar falta de alguns deles, diz o presidente da Acesu Foto: Juliana Vasquez
Entre janeiro e agosto, o setor acumula alta de 4,95% em relação a igual período do ano passado. Esses índices já foram deflacionados pela inflação medida pelo índice de Preço Nacional ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Em valores nominais, o índice de vendas da Abras apresentou crescimento de 1,14% em relação a julho e de 17,44% sobre agosto do ano passado. No acumulado de 2013, as vendas subiram 11,70%.
Produtos mais baratos
A AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK a pedido da Abras, apresentou queda de 0,16% em agosto, em relação a julho de 2013, passando de R$ 356,43, para R$ 355,85. Na comparação com agosto de 2012, o indicador cresceu 10,21%.
Os produtos com as maiores altas em agosto na comparação com julho foram leite longa vida (+5,06%), arroz (+3,01%) e detergente liquido para louças (+2,88%). Já entre as maiores quedas estão a cebola (-22,58%), farinha de mandioca (-11,39%) e batata (-11,36%).
Ceará supera
Conforme o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu) e proprietário da rede São Luiz, Severino Neto, o índice cearense tem sido sempre superior aos números nacionais. "A gente tem tido um comportamento diferenciado do PIB nacional e assim tem refletido no setor dos supermercados. Nós não temos um instituto de pesquisa para medir, porém, o sentimento nosso de crescimento, aquecimento do mercado e confiança no consumo está sempre alto. Não há nenhum sinal que nos leve a acreditar no contrário", comemora.
Consumo qualificado
Severino destaca ainda o crescimento das vendas referente ao mix de produtos diferenciados oferecidos pelos supermercados atualmente. "As lojas estão aumentando o mix de produtos e vendendo produtos que antes não eram encontrados no comércio. Este mercado tem crescido a passos largos", comenta.
Embora a grande maioria destes produtos especiais seja importada, Severino afirma que as constantes altas do dólar não ainda não afetaram a comercialização das mercadorias nos últimos meses. "Por enquanto, ainda não sentimos nenhuma reação ao dólar. Ainda existe muito estoque de produtos dentro de casa, porque, para importados a resposta não acontece de um dia para o outro. Essa variação é a pior coisa que pode existir, pois o importador fica tentando se prevenir e o setor de supermercado acaba criando uma resistência Às vezes, pode ocasionar alguma falta de produto", completa.
Veículo: Diário do Nordeste