O ano de 2014 começou com desempenho positivo para os supermercados brasileiros em comparação com o ano passado. As vendas reais em janeiro registraram aumento de 4,5% sobre o primeiro mês de 2013. O resultado é consequência do aumento real do salário mínimo ocorrido no início do ano, que colaborou para a manutenção do poder aquisitivo da população. Na avaliação da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os rendimentos médios dos assalariados brasileiros registrou avanço de 3,3% na mesma base de comparação.
Sussumu Honda, presidente do Conselho Consultivo da Abras, lembrou que "no início do ano passado, as vendas começaram a crescer de forma mais lenta e só ganharam mais ritmo a partir do mês de julho, beneficiadas pela redução do ritmo da inflação dos alimentos e também pelo impacto da desoneração da cesta básica".
Neste ano, como já apontaram levantamentos da Abras e de institutos de pesquisa, a realização da Copa do Mundo de Futebol entre junho e julho deverá impulsionar as vendas de salgadinhos e bebidas como cervejas e refrigerantes, o que poderá beneficiar o segmento.
O executivo da Abras afirmou que a base de comparação com os primeiros meses do ano passado ainda é fraca e existe espaço para elevações nos próximos meses. Em relação a dezembro, as vendas reais apresentaram retração de 20,85%, queda considerada normal para o mês. Os índices já foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com Honda, a mudança no calendário neste ano, quando o Carnaval será comemorado no início do mês de março, não afeta o segmento significativamente. E acrescentou que há cidades em que as festas acabam estimulando o consumo, como as litorâneas.
Abrasmercado – O índice composto por 35 produtos de largo consumo registrou alta de 1,15% no primeiro mês do ano ante dezembro. Avaliado pela GfK, com análise do Departamento de Economia e Pesquisa da Abras, seu valor passou de R$ 360,35 para R$ 364,51 no mês passado. Em relação a janeiro de 2013, houve majoração de 4,47%.
Entre os produtos que registraram alta ante dezembro, os destaques foram cebola (16,4%), carne traseiro (6,63%) e arroz (4,29%). A primeira foi afetada por fatores sazonais, enquanto o abastecimento de carne sofreu a influência da estiagem. No caso do arroz, o produto está em período de entressafra, o que provoca redução na sua oferta. Entre as maiores quedas ante dezembro, situam-se a farinha de mandioca (4,68%), leite longa vida (4,17%) e tomate (3,79%). Seus preços recuaram em consequência do aumento de oferta.
No caso do desempenho regional, a cesta que apresentou alta mais expressiva foi a do Centro-Oeste, de 2,67% ao terminar o mês de janeiro em R$ 337,09, influenciada por fatores climáticos. A do Norte continua a mais cara do País ao fechar em R$ 425,13 (aumento de 0,27%), afetada por fatores logísticos de transporte. A cesta do Sudeste manteve-se praticamente estável (variação de 0,06%), fechando em R$ 346,08. No Nordeste, ela ficou em R$ 314,32, com alta de 2,51%. E na região Sul, o avanço foi de 0,07%, ao terminar em R$ 392,51.
Veículo: Diário do Comércio - SP