Estado representa 10% da receita nacional em 2014; expansão no interior é destaque
Os supermercados mineiros devem encerrar 2014 com faturamento da ordem de R$ 30 bilhões. O montante corresponde a 10% do valor estimado para o setor no país, que deverá atingir a cifra de R$ 300 bilhões no fim deste exercício. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada, que destaca a importância das redes mineiras para o desempenho do setor supermercadista em âmbito nacional.
Segundo ele, além da própria representatividade das empresas mineiras para o setor como um todo, as características das redes do Estado merecem destaque, uma vez que seguem à risca o que acontece no Brasil. "Independentemente do peso, o setor em Minas é formado por cadeias regionais, fazendo com que o crescimento ocorra de maneira disseminada, uma característica cada vez mais presente entre os supermercados de todo o país", explica.
Tanto é que, para este exercício, os grandes destaques em desempenho não deverão ocorrer junto às redes que atuam nas regiões metropolitanas. Isso porque os maiores crescimentos percentuais deverão ser registrados no interior dos estados, onde há maior espaço para a expansão dos negócios. Esse movimento é fruto da expansão da classe média nos municípios e regiões de menor porte e justifica, por exemplo, o melhor desempenho do Nordeste.
Yamada aponta que tamanho é o peso das empresas mineiras para o setor nacional que três redes supermercadistas do Estado apareceram, mais uma vez, na lista das 20 maiores do Brasil. O ranking divulgado pela entidade em março, ereferente ao desempenho de 2013, destacou o Supermercados BH, na 8ª posição; a DMA Distribuidora, que engloba o Epa, Martplus e o Via Brasil, na 12ª colocação; e, em seguida, a Multiformato Distribuidora, do Apoio Mineiro e Super Nosso, ocupando o 18º lugar.
País - Em relação ao país, o presidente da Abras afirma que os R$ 300 bilhões representarão uma alta de 1,9% ante o valor registrado pelas empresas supermercadistas no ano passado. A entidade revisou em agosto sua estimativa de crescimento, que era de 3%, levando em conta os resultados do primeiro semestre. Este é o pior desempenho para o setor nacional desde 2006, quando registrou baixa de 1,59% no faturamento. Em 2013, o setor cresceu 5,36%.
"Neste ano, com o aumento dos preços e da percepção de menor renda, o consumidor está colocando o pé no freio na hora das compras. Diante desse cenário, pesquisas indicam ainda mudanças diversas no comportamento desses clientes que passam a buscar também produtos mais baratos, menos supérfluos e que garantam a praticidade e a economia que necessitam", justifica Yamada.
Já para 2015, a perspectiva é de que o exercício seja um pouco melhor, com crescimento do setor em torno de 2,5%. "Apesar dos rumores de um ano difícil em 2015, nossa perspectiva é de continuarmos crescendo acima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, acreditando na força do mercado interno brasileiro e na manutenção de uma taxa de desemprego nos mesmos patamares que se apresenta atualmente. O cenário econômico atual é desafiador, mas precisamos acreditar no potencial do Brasil para enfrentá-lo e sair fortalecido desse processo", argumenta o dirigente.
Veículo: Diário do Comércio - MG