As vendas reais dos supermercados no Brasil subiram 2,63% em agosto ante igual mês do ano passado, confirmando expectativas de um desempenho melhor na segunda metade do ano após um fraco primeiro semestre, divulgou ontem a associação do setor, Abras.
Na comparação com julho, o crescimento das vendas deflacionadas em agosto foi de 2,53%, em resultado impactado pela ocorrência de cinco finais de semana no mês, período que tradicionalmente registra vendas mais altas, informou a Abras.
No acumulado dos oito primeiros meses de 2014, as vendas dos supermercados no Brasil tiveram elevação de 1,63% – bem abaixo do avanço de 4,95% registrado em igual etapa de 2013.
A Abras já havia reduzido no mês de agosto sua projeção de aumento das vendas no ano para 1,9% ante estimativa anterior de 3%, citando a diminuição do crescimento da renda da população e a inflação elevada como fatores que contribuíram para o consumidor ir menos aos pontos de venda neste ano.
Em comunicado, o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda, informou que o desempenho do setor em agosto vai ao encontro das previsões da entidade divulgadas anteriormente, de vendas melhores no segundo semestre.
Honda completou que o consumidor deve ficar mais estimulado a comprar com a proximidade das festas de fim de ano, principalmente depois de outubro.
Alimentos O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Edmundo Klotz, apresentou, ontem, uma projeção de crescimento para a economia brasileira de 0,9% neste ano. Em 2015, a instituição prevê avanço entre 1,5% e 1,7% para o Produto Interno Bruto (PIB).
O empresário destacou um recuo da produção e da demanda interna de alimentos neste ano, muito ligado à Copa do Mundo. Segundo Klotz, o setor desacelerou pela primeira vez em 15 anos. Ele projeta alta de 2,2% na produção de alimentos em volume para 2014, com aumento de 2,5% a 2,7% no ano que vem.
Klotz espera, porém, uma recuperação moderada em 2015 e sinalizou para o possível avanço das exportações de alimentos para a Rússia após as sanções impostas sobre o país pelos EUA e a Europa. As exportações, disse ele, devem ter um leve avanço, de US$ 38 bilhões neste ano para US$ 40 bilhões em 2015.
O empresário afirmou que o segmento de alimentação deve seguir com balança comercial superavitária neste ano, em cerca de US$ 30 bilhões, devido principalmente à participação brasileira no mercado mundial de carnes. Klotz ponderou, no entanto, que o resultado poderia ser mais positivo, citando a queda dos preços de commodities agrícolas como a soja. (Agências)
Veículo: Diário do Comércio - SP