Coop completa hoje 60 anos e estuda abrir mais duas lojas

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Em 28 de maio de 1954, 292 funcionários da Rhodia, Rhodiaceta e Valisére se reuniram com o intuito de criar cooperativa de consumo que facilitasse o acesso dos trabalhadores dessas empresas, situadas em Santo André, aos produtos de primeira necessidade. A mercearia, formato em que a Coop iniciou, abriu as portas aos profissionais no dia 20 de outubro daquele mesmo ano. Atualmente como uma das 15 maiores supermercadistas do Brasil, a rede mantém 28 unidades e estuda caminhos para crescer. O objetivo é abrir mais duas lojas em 2015, adquirir terreno para construir centro de distribuição o mais breve possível e ampliar o número de drogarias externas de três para cinco.

Hoje, a Coop completa 60 anos ocupando o posto de 13ª maior empresa do setor no ranking da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Com faturamento de R$ 1,97 bilhão em 2013, a cooperativa que emprega 5.800 colaboradores, galgou uma posição frente a 2012. O investimento para erguer o centro de distribuição, as drogarias de rua e as novas unidades (cujas localidades não são divulgadas), além de reformar as já existentes e comprar equipamentos totaliza R$ 123,5 milhões. “Antes, nós abríamos lojas pela oportunidade. Se tinha trabalhador da Rhodia ali e um terreno disponível, aproveitávamos. Atualmente, há um departamento de expansão que pensa estrategicamente para instalar novas unidades da empresa”, afirma o diretor operacional e comercial, Valdomiro Sanches Bardini.

INOVAÇÃO - Em 20 de outubro de 1954, os trabalhadores que se reuniram para criar a Cooperativa de Consumo dos Empregados das Companhias Rhodia, Rhodiaceta e Valisére, popularmente conhecida como Cooperhodia, revolucionaram a vida das famílias da região. As donas de casa de Santo André ainda não eram acostumadas ao novo padrão de autosserviço. Até então, sempre havia quitandeiro, atendente ou vendedor passando às mãos das pessoas os produtos. O local escolhido para estrear a ‘aventura’ foi a Avenida Queirós dos Santos, 302, no Centro de Santo André, que desde 1º de dezembro de 1970 passou para o número 456 da mesma via.

Os mais antigos moradores do Parque das Nações se recordam da segunda unidade, na Rua Suíça, que também ganhou nova localização, no número 1.094. A diferença de quase cinco anos entre a abertura de uma loja e a outra deixa claro que o objetivo era apenas atender os funcionários cooperados das três empresas e facilitar a vida deles. Reforça essa ideia o espaço de 13 anos até a terceira unidade, a primeira fora de casa, em São Bernardo, situada na Rua Joaquim Nabuco, 277, no Centro. São Caetano recebeu a quarta em 8 de dezembro de 1973, na Rua Joana Angélica, 711, na Vila Barcelona.

MARCO - Em 1976, a Cooperhodia tomou decisão que ficou marcada como o início da grande expansão, que atinge, hoje, todas as cidades da região (com exceção de Rio Grande da Serra) e outras do Interior de São Paulo, como São José dos Campos, Tatuí, Piracicaba e Sorocaba. A cooperativa deixou de atender apenas os trabalhadores daquelas empresas e foi aberta para toda a população comprar.

Foi o primeiro passo para que os 292 cooperados se tornassem 1,7 milhão de associados. O início de uma rede regional com destaque nacional que conta com 32 drogarias, sendo 28 nos mercados e três de rua, três postos de gasolina e uma fábrica de panificação – que, inclusive, já tentou ingressar no comércio eletrônico, mas sentiu falta de maior estrutura logística e, por isso, “de forma honesta com o cliente”, defende Bardini, preferiu encerrar a atividade na plataforma e se dedicar ao atendimento físico que sempre prestou.

Sua consolidação como potencial gigante do varejo ocorreu em 1997, quando lançou sua marca própria, a Coop Plus e, dois anos mais tarde, alterou sua razão social de Cooperhodia para Coop – Cooperativa de Consumo. “Nessa época, já não havia mais vínculo com a Rhodia”, acrescenta o diretor.


Primeira drogaria foi lançada em Ribeirão, há 18 anos

O segmento de drogarias, que ocupa hoje a segunda posição em representatividade no faturamento da Coop, teve início em 1991, quando a então Cooperhodia adquiriu a Coop ABC, cuja loja já contava com estabelecimento de fármacos, perfumaria e higiene pessoal. No entanto, foram necessários mais cinco anos para que a empresa destinasse esforços para esse tipo de comércio. Foi assim que surgiu a primeira drogaria Coop, 18 anos atrás, em 5 de julho de 1996, na loja de Ribeirão Pires.

Dessa data em diante, a cooperativa entendeu que os resultados do segmento se tornaram interessantes para o caixa. Por isso, intensificaram a estratégia até atingir 28 unidades de drogarias, uma em cada mercado.

A inauguração da 14ª loja da bandeira, em 13 de dezembro de 2000, na Avenida Pereira Barreto, no bairro Pinheirinho, em Santo André, marcou o início da abertura de lojas com drogarias. Esse modelo de expansão seguiu até o 28º estabelecimento, em 14 de outubro de 2010, na Avenida Itapark, 2.261, no bairro Bocaina, em Mauá. No mesmo local, em 2012, a Coop criou seu centro de panificação.

Naquele ano, a rede deu início às atividades de posto de gasolina no Interior de São Paulo, em Tatuí e, depois em São José dos Campos. Em 2013, foi a vez de trazer a iniciativa para São Bernardo, mesmo ano em que inaugurou a primeira drogaria de rua, na mesma cidade.


Cooperados pagam R$ 100 e têm retorno


A Coop não aplica diferenciação de preços entre os cooperados e os não associados. Mas os seus 1,7 milhão de cooperados têm o benefício de receber percentual, calculado com base nas sobras (espécie de lucro para cooperativas), que é multiplicado pelos gastos do ano e do consumidor e liberado em forma de saque ou desconto nas compras. Para isso, no entanto, hoje é cobrado pagamento único de R$ 100.

O diretor operacional e comercial da Coop, Valdomiro Sanches Bardini, revela que em 2013 o percentual liberado para os cooperados foi de 0,67%. Na prática, se uma família consumiu R$ 180 por semana na Coop durante um ano, o equivalente a R$ 720 por mês ou R$ 8.640 no ano, teve de retorno R$ 57,88.

LOJAS - Bardini afirma que as maiores lojas da Coop são as que mais dão retorno ao caixa da empresa. Entre elas, destacam-se os estabelecimentos da Avenida Queirós dos Santos, no Centro de Santo André, e o da Avenida Industrial, no bairro Campestre. Esse último, por sinal, é o que mais gera receita para a cooperativa. “Na média, chega a superar em até 10% os demais”, quantifica o diretor.

Como público-alvo, a Coop direciona seus produtos e estratégias de precificação para famílias das classes de consumo B, C e D. Porém, atende também a classe A, principalmente com sua carta de vinhos, bebidas e linhas de eletroeletrônicos.

Os valores estabelecidos nas unidades de Santo André são os mesmos para São Bernardo, Mauá, Diadema ou Sorocaba, garante Bardini. “O que pode acontecer é uma unidade colocar à venda algum produto regional, que tem preço diferenciado. Mas quando se trata de um item comum entre as lojas, o preço é o mesmo”, garante.

O grupo denominado internamente como mercearia seca, no caso, os alimentos, com exceção dos in natura, são o forte em vendas. As drogarias ocupam a segunda posição e, em terceiro, vêm os perecíveis, classifica o diretor da Coop. 



Veículo: Diário do Grande ABC


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