As vendas reais do setor supermercadista registraram alta de 2,91% em setembro em relação ao mesmo mês de 2013, de acordo com o Índice Nacional de Vendas divulgado ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com agosto deste ano, o indicador aponta retração de 4,86%. Esses índices já foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado dos primeiros nove meses de 2014 houve aumento real de 1,77% nas vendas ante o mesmo período de 2013. Em valores nominais, o índice de vendas da Abras apresentou crescimento de 9,85% em setembro em relação ao mesmo mês de 2013 e queda de 4,32% sobre agosto.
A AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo, analisada pela GfK a pedido da entidade, apresentou alta de 0,9% em setembro em relação a agosto deste ano, passando de R$ 367,88 para R$ 371,17. Na comparação com setembro de 2013, o indicador cresceu 5,28%.
Os produtos com maiores altas em setembro, na comparação com agosto, foram: cebola (8,78%), biscoito cream craker (4,89%) e carne traseiro (3,33%). As maiores quedas foram batata (-6,40%), tomate (-5,19%) e ovo (-3,95%).
A Abras detectou, por meio de uma consulta com varejistas de São Paulo, que a demanda por água mineral cresceu na região em função da atual crise hídrica. O economista da entidade, Flávio Tayra, afirmou que a consulta não levantou dados exatos sobre alta nas vendas, mas disse que as redes supermercadistas confirmam a elevação.
Grandes companhias como o Grupo Pão de Açúcar e o Walmart já haviam relatado alta nas vendas de água mineral. As companhias destacaram ainda maior demanda por embalagens maiores.
Demanda - Segunda Tayra, algumas redes já reportaram à Abras que o aumento da demanda se refletiu em alta nos preços, mas não há indicadores ainda sobre a variação. A Abras relata ainda que há o temor de cortes de fornecimento de água mineral pelas distribuidoras.
O presidente do conselho consultivo da Abras, Sussumu Honda, considerou, porém, que é possível que embaladores e distribuidores de regiões mais distantes da capital paulista venham a se interessar por entregar produto na região no futuro.
"Hoje apenas quem está perto da região fornece o produto porque a relação de custo e benefício não interessa para quem está distante", disse. "No limite, se houver falta e o preço se elevar, passa a ser interessante para fornecedores até de outros estados", ponderou. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG