Diante do projeto de lei nº 21.007/2014, que prevê a reforma administrativa do Estado e, entre outras coisas, mudanças na Ebal (Empresa Baiana de Alimentos) e na Cesta do Povo, sindicatos e funcionários da empresa se mobilizam na capital baiana e no interior. A FEC Bahia (Federação dos Comerciários da Bahia) e o Sintrasuper (Sindicato dos Comerciários de Supermercados) defendem que a decisão de um governo com origem nas lutas populares se dê a partir de uma discussão ampla.
“Entendemos que a solução passa pelo debate sobre um novo papel para Ebal/Cesta do Povo, que leve em conta sua contribuição para o desenvolvimento da economia baiana, por exemplo, a partir da venda de produtos da agricultura familiar e da pequena e média indústria, além de uma gestão administrativa eficiente para a empresa ser autossustentável”, pontua Reginaldo Oliveira, presidente da FEC-Bahia.
Oliveira defende analisar como o governo Wagner conseguiu reerguer a Ebal, que teve um faturamento de R$ 650,6 milhões em 2012, com Reuber Celestino à frente da empresa. Com uma boa gestão, o presidente conseguiu sanear as dívidas da organização junto aos fornecedores, deixou R$ 40 milhões em caixa e pagou a folha de pagamento sem depender da Secretaria da Administração (Saeb). Para Oliveira, esse novo papel comporta também a manutenção dos empregos, modernização tecnológica e, especialmente, o fortalecimento da empresa.
“É possível garantir uma Eba/Cesta do Povo competitiva, com funcionários valorizados e qualificados. O que não dá mesmo para explicar é porque alguns produtos estão mais caros que nos concorrentes, quando a Cesta poderia regular os preços da cesta básica, por exemplo. Como explicar um mix de produtos caro, sem diversidade e pouco acessível aos assalariados. Às vezes falta fubá de milho, mas tem vinho importado e vende seis tipos de cerveja, no atacado? Podemos ver que o problema maior é de gestão ineficiente”, enfatiza.
Na mesma linha, o presidente do Sintrasuper, Adilson Alves, lembra que no setor privado “busca-se eficiência administrativa e financeira com avaliações periódicas da situação administrativa e financeira, do mercado, fazendo mudanças de rotas, metas e até de direção”. O dirigente destaca que a Ebal é a maior empresa varejista do estado, genuinamente baiana. “Em 2013, ela apareceu em 1º lugar na Bahia, 3ª no Nordeste e 31ª no País, no ranking da revista Superhiper, da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), de um total de 710 grandes grupos brasileiros”, situa.
Além de trazer essas informações para o debate, as duas entidades estão mobilizando os trabalhadores na capital e no interior para realização de assembleias. “Queremos ser ouvidos nesse processo e a participação dos funcionários é essencial nesse momento”, defende Oliveira.
Veículo: Portal Vermelho