A geração de emprego e a movimentação da economia são pontos fortes do varejo que compensam, mesmo em economias fortes como a dos EUA, o desemprego gerado por setores industrializados
Por Jeferson Moreira, de Nova York*
As palestras do segundo dia da NRF 2015 começaram com um importante bate-papo entre o presidente e CEO (aposentado) da Saks, Inc. e presidente do conselho (chairman) da NRF, Stephen I. Sadove, e o Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve System (banco central dos EUA).
Com o tema "Os desafios globais da economia e as oportunidades para o sucesso", os participantes discutiram temas relacionados à retomada da economia americana ao crescimento, depois da crise.
A fala de dr. Bernanke, como é nominado, era muito aguardada, pela sua experiência em crises, por ter liderado o The Federal Reserve System durante o turbilhão no qual o mercado americano entrou no ano de 2008, e tendo deixado o cargo com uma economia, como ele mesmo colocou, no final de sua palestra, altamente positiva e com um resultado de 2014 muito melhor que o esperado pelo mercado americano.
Uma das lições mais importantes transmitidas por dr. Bernanke foi à necessidade de se revisitar o passado para entender o presente e traçar a melhor estratégia para o futuro. O ex-presidente do banco central americano contou que estudou profundamente a crise de 1929 e como o pânico financeiro desencadeou a corrida aos bancos. "Identifiquei a mesma situação de pânico ainda em meados de 2007 e entendi que precisava fazer diferente desta vez, já que tinha como novo desafio um mundo globalizado e sensibilizado", disse.
Os sucessos do ajuste da economia dos EUA, segundo dr. Bernanke, são fruto da política fiscal do presidente Obama, e da gestão dos estados americanos, que mesmo com investimentos federais para se gerar empregos, se mantiveram com ajustes firmes de contas públicas.
Dr. Bernanke finalizou sua palestra enfatizando a importância do momento atual, em que a competição no mercado americano será ainda mais acirrada, pois as rotas anteriormente traçadas de manutenção dos negócios mudaram para o aumento da lucratividade. Sendo assim, os mercados com maior dependência de manufaturados irão continuar com a tendência de crescimento do desemprego.
Neste cenário, falou sobre o impacto positivo do varejo sobre o PIB dos Estados Unidos, explicando como uma economia como a americana depende também de um varejo pungente, que gera empregos, para retomar o caminho do crescimento. Ou seja, o varejo continua sendo de suma importância tanto na geração de empregos como também na movimentação da economia de qualquer mercado.
Por Jeferson Moreira, gerente de Arte e Publicidade da ABRAS, na cobertura da Viagem Abras-GS1 Brasil à NRF 2015, especialmente para o Portal ABRAS.
Fonte: Redação/Portal ABRAS