Setor de supermercados tem o pior ano desde 2006, diz associação

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A taxa de crescimento real no ano passado é bem inferior ao índice apurado em 2013 (5,36%) e também menor que o registrado em 2012 (5,3%)

O setor de supermercados registrou em 2014 a mais baixa taxa de crescimento dos últimos oito anos. No ano passado, as vendas reais subiram 2,24%, o menor índice desde 2006, quando foi apurada retração de 1,6% nas vendas.

Os dados foram publicados nesta terça-feira (27) pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). O índice de 2,24% é inferior à primeira previsão do setor, de alta de 3% em 2014, mas superior à estimativa revista em meados do ano, quando a Abras reduziu a expansão para 1,9%.

A taxa de crescimento real no ano passado é bem inferior ao índice apurado em 2013 (5,36%) e também menor que o registrado em 2012 (5,3%).

Em dezembro de 2014, a alta nas vendas reais foi de 2,9% sobre dezembro de 2013. O índice está deflacionado pelo IPCA/IBGE.

Em valores nominais, a alta em 2014 foi de 8,7%, e em dezembro, de 9,5%.

Segundo a Abras, apesar do índice mais fraco, o dado é visto como positivo em relação ao desempenho geral da economia, já que o PIB (Produto Interno Bruto) terá expansão inferior a esta apurada pelo setor.

Indicadores dos últimos anos já apontam que, historicamente, o setor se expande acima do PIB, não sendo um fato incomum, segundo analistas de varejo.

Para 2015, a Abras prevê alta de 2% nas vendas reais em relação a 2014.

A entidade havia inicialmente projetado em setembro um crescimento de 2,5% para as vendas do setor neste ano, mas admitiu em dezembro que a estimativa provavelmente seria revista para baixo.

ENERGIA E ÁGUA

Questionado sobre o impacto do esperado reajuste nas tarifas de energia para os supermercados, o presidente da Abras, Fernando Yamada, afirmou que o custo da energia representa em torno de 1,5% do faturamento dos estabelecimentos, percentual que poderá subir para 1,7%.

"Nossa perspectiva (de impacto nos preços) é mais na ponta da produção", disse ele, em referência a ajustes praticados pela indústria no valor dos produtos, também influenciados pelo aumento no preço dos combustíveis, além de oscilações cambiais.

Yamada acrescentou que a Abras não está prevendo falta de energia no ano e, em relação a problemas ligados à disponibilidade de água, que muitas redes supermercadistas já adotam a captação de água da chuva para utilização na área de limpeza com o objetivo de reduzir o consumo.

Segundo o gerente de atendimento da Nielsen, Fábio Gomes, o crescimento no consumo de água nos supermercados em 2014 seguiu uma tendência que já vinha sendo mostrada nos últimos anos, não sendo fundamentalmente impactado pela crise hídrica que vem se agravando na região Sudeste.

CESTA

Em dezembro, somente, as vendas reais dos supermercados no Brasil subiram 2,9% sobre o ano anterior.

O preço da cesta AbrasMercado, que conta com 35 produtos de amplo consumo pesquisados pela consultoria GfK, teve alta 0,76% sobre novembro, a R$ 381. No acumulado do ano, o crescimento foi de 5,7%, ante inflação medida pelo IPCA de 6,4%.

As maiores altas em dezembro na comparação mensal foram da batata (12%), feijão (9%) e cebola (5%). As maiores baixas foram sofridas pelo tomate (9,7%), leite longa vida (4,5%) e queijo prato (3%).

SHOPPING CENTERS

Nesta terça-feira, a Abrasce, que representa os shopping centers no país, também estimou que as vendas nos shoppings vão crescer menos em 2015 do que em 2014.

As projeções mais modestas são divulgadas na esteira do anúncio de novos esforços fiscais do governo federal para elevar a arrecadação, o que deverá contribuir para o aumento da inflação, que já vinha pressionando o poder de compra dos consumidores.




Veículo: Site Valor (27/01)


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