As vendas dos supermercados registraram crescimento real de 2,24% em 2014 na comparação com o ano anterior, divulgou nesta terça-feira (27), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os resultados ficaram acima do projetado pela entidade no meio do ano, quando as expectativas foram reduzidas de 3% para 1,9%. Em 2013, o setor havia crescido 5,36% e, em 2012, 5,30%.
No mês de dezembro, as vendas do segmento apresentaram alta real de 20,62% ante o mês anterior e de 2,94% em relação ao mesmo período do ano anterior. Todos os valores foram deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
"Embora tenha crescido menos do que em 2013, o resultado das vendas em 2014 foi positivo, principalmente pelo desempenho geral da economia brasileira", afirmou o presidente da Abras, Fernando Yamada. "A manutenção do emprego permitiu que as vendas do setor crescessem bem acima do PIB."
Em valores nominais, as vendas dos supermercados registraram alta de 21,56% em dezembro na comparação com novembro. Já em relação ao mesmo período de 2013, os números apresentaram crescimento de 9,54%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 8,73%.
Entidade projeta crescimento real de 2% nas vendas em 2015
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) espera um crescimento real de cerca de 2% nas vendas do setor em 2015. Segundo o presidente da entidade, Fernando Yamada, apesar do cenário de aperto econômico, os empresários do segmento acreditam que essa alta continua sendo possível.
A Abras projeta um crescimento leve no desemprego, para 5,5%, ainda considerado baixo. A projeção da entidade para a inflação ficou em 6,8%.
Yamada afirmou estar preocupado com as interrupções de prevenção no sistema de distribuição de energia elétrica. Segundo ele, o Brasil tem capacidade para produzir energia para o País inteiro, mas que é necessário investir forte na infraestrutura do sistema para que ele funcione. O presidente lembrou que o setor gasta cerca de 1,5% do faturamento com os custos energéticos, valor que pode subir até 1,7% caso haja racionamento.
De acordo com o gerente de atendimento da Nielsen, Fábio Gomes, os produtos que possuem diferenciais para o consumidor devem apresentar uma resistência maior à piora do ambiente econômico. "O consumidor ganhou um poder de compra nos últimos anos que ele não está disposto a perder. Quando as pressões inflacionárias o obrigam a cortar alguma coisa, ele prefere continuar comprando alimentos diferenciados no mercado e reduzir o consumo fora de casa."
Yamada advertiu que os números estão em análise e podem ser revisados ainda no primeiro semestre.
Veículo: Jornal do Comércio - RS (27/01)