Em almoço de abertura da SuperBahia, Yamada também fez crítica aos ajustes econômicos do governo
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"Temos que andar de mãos dadas, varejista e fornecedor, para realinhar os preços pois, caso contrário, não conseguiremos avançar mais", disse o líder empresarial, que ainda reclamou de ajustes que, segundo ele, "nunca acabam, no governo", e que "pouco se refletem em resultados".
Responsável por faturamento anual de R$ 300 bilhões no ano passado e previsão de crescimento para R$ 325 bilhões este ano, o setor quer aproveitar seu poder de fogo para obter melhores resultados na negociação de preços, com efeito direto na inflação. A iniciativa é favorável ao consumidor, que tem seu poder aquisitivo cada vez mais corroído a cada ida ao mercado.
Yamada ainda defendeu uma participação maior dos empresários varejistas na defesa de interesses da categoria, em relação a projetos que envolvam as políticas econômica, fiscal e tributária.
"É hora justamente de nos unirmos para tomarmos mais conta dos nossos destinos, nos tornando mais presentes não apenas na economia, mas até na política", disse Yamada. "Ou nós ajustamos a política ou não vai adiantar nada esperar só pelos ajustes econômicos; daí a importância de unir forças em prol de um cenário melhor para a economia brasileira", frisou.
Em abril, a Abras aliou-se à associações de atacadistas, lojistas de shopping, donos de bares e restaurantes, além de vendedores de material de construção e distribuidores em geral, para lançar a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo, segundo Yamada, "com o objetivo de organizar uma força legislativa que auxilie na formulação de diretrizes que apoiem os setores de comércio e serviços".
A frente já conta hoje com 250 deputados federais e 21 senadores, sendo 40 deputados e um senador baianos.
Feira
Com o Centro de Convenções em reforma, a SuperBahia está sendo realizada pela primeira vez na Arena Fonte Nova. "Esta vinda do evento para uma arena resume um pouco do comportamento do setor este ano: mesmo enfrentando uma crise, estamos enxergando oportunidades e crescendo, assim como está acontecendo com o evento, cujo sucesso vem nos surpreendendo neste novo espaço", disse o presidente da Associação Baiana de Supermercados, João Cláudio Nunes.
Com registro de crescimento de 0,6% acima da inflação verificada de janeiro a maio, o setor supermercadista da Bahia pretende elevar o percentual para 1% até o final do ano. "Na contramão de muitos ramos, o varejo de alimentos está se reinventando e crescendo, sendo que até agora não temos demitido", disse.
Somente durante o evento, que reúne 70 expositores, a expectativa é gerar negócios da ordem de R$ 400 milhões. Já a parte de palestras e fóruns, está sendo realizada no Hotel Pestana, no Rio Vermelho.
Pelos dados da Abase, o setor é responsável por 200 mil empregos diretos na Bahia, em mais de 20 mil pontos de venda, sendo que 3 mil em Salvador. "Estamos enfrentando a crise, crescendo e, o que é melhor, sem demitir", disse.
Veículo: Jornal A Tarde - BA