São Paulo - As vendas do setor supermercadista tiveram queda real de 4,72% em junho de 2015 na comparação com maio, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O indicador já está deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na comparação com junho do ano passado, as vendas reais caíram 3,04%. Já no acumulado dos primeiros seis meses do ano as vendas ficaram estáveis.
Em termos nominais, as vendas do setor caíram 3,97% em junho ante maio. Já na comparação com o mesmo mês de 2014, houve aumento de 5,59%.
Os preços de itens básicos nos supermercados brasileiros cresceram 1,19% em junho na comparação com maio, de acordo com dados da Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo pesquisada pela GfK e analisada pela Abras.
O preço da cesta de produtos saiu de R$ 406,20 em maio para R$ 411,03 em junho. Na comparação com o mês de junho de 2014, a alta foi de 8,91%.
Os produtos com maiores altas em junho na comparação com maio foram: cebola, cujo preço subiu 16,72%; batata, com alta de 8,99%, e sabão em pó, crescimento de 4,42%. As maiores quedas foram tomate, com recuo de 12,79%; biscoito cream cracker, com queda de 4,44%, e massa sêmola espaguete, com baixa de 1,47%.
"O primeiro semestre foi o de maior aumento de preços dos últimos cinco anos, com a combinação de vários fatores, como a falta de água, aumento da energia elétrica, alta do dólar e aumento do custo da mão de obra. O segundo semestre deve continuar em patamares altos", disse o diretor de relacionamento da GfK, Marco Aurélio, em coletiva de imprensa.
Nos seis primeiros meses de 2015, ante 2014, o preço da cebola subiu 157,43%, e o do tomate teve alta de 45,44%. Marco Aurélio também chamou atenção para o avanço do preço do feijão, de mais de 20% no primeiro semestre.
Alta do dólar - O avanço do dólar ante o real tende a ser o fator determinante para os preços dos itens básicos nos supermercados brasileiros na segunda metade de 2015, avaliou Marco Aurélio, diretor de relacionamento da GfK, que realiza a pesquisa Abrasmercado, em conjunto com o Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
"Fora o dólar e se não surgir nada de novo, o consumidor irá restringir (o consumo) e o mercado vai se estabilizar. Mas como há o dólar, os preços permanecerão em patamares elevados", disse o diretor.
Nos primeiros meses deste ano, a falta de água, o aumento da energia elétrica, do dólar e do custo da mão de obra foram os principais motivos que elevaram os preços da cesta de 35 produtos de largo consumo avaliada na Abrasmercado. Em junho, os preços subiram 1,19% na comparação com maio, passando de R$ 406,20 para R$ 411,03 em junho. Na comparação com junho de 2014, a alta foi de 8,91%. (AE)
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG