Recuo em novembro reflete piora no emprego. No ano, retração é de 1,61%.
As vendas nos supermercados do país tiveram queda real de 7,13% em novembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo números divulgados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na comparação com outubro, a queda real foi de 4,31%. O cálculo leva em conta os valores gastos deflacionados pelo IPCA, índice oficial da inflação do país.
No acumulado do ano, segundo a Abras, as vendas apresentam queda de 1,61%, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em valores nominais, as vendas do setor recuaram -3,34% em relação a outubro. Mas, quando comparadas a novembro do ano passado, registram uma alta de 2,60%. No acumulado do ano, as vendas nominais cresceram 7,09%.
De acordo com a Abras, a queda das vendas em novembro reflete as dificuldades políticas e econômicas do país. Segundo nota divulgada ontem pela entidade, o alto nível de desemprego em novembro, da ordem de 7,5% (contra 4,8% no mesmo mês de 2014), fez com que o rendimento real do trabalhador apresentasse uma queda de 12,2% em um ano, o que influenciou fortemente o resultado do setor.
Para o vice-presidente da Abras, João Sanzovo Neto, os números do setor são negativos, mas estão em linha com a economia do país.
“Tanto a indústria quanto o setor de serviços deverão apresentar recuos fortes neste ano de 2015. A nossa expectativa é de que, no próximo ano, medidas importantes do ajuste fiscal sejam aprovadas e que finalmente comecemos a sair da crise, retomando a trajetória do crescimento”, afirmou.
O setor supermercadista conta com quase 84 mil lojas em todo o Brasil. O setor faturou R$ 294,9 bilhões em 2014 e gerou 1,75 milhão de postos de trabalho diretos.
Veículo: Jornal O Globo - RJ