Em almoço realizado pela Frente Parlamentar CSE, membros da UNECS apresentaram suas demandas aos ministros da Fazenda e Casa Civil
Nesta quarta-feira (10), cerca de 40 deputados da Frente Parlamentar Mista do Comércio, Serviços e Empreendedorismo (CSE) participaram de almoço para tratar do ajuste fiscal, reforma tributária e da previdência. Foram convidados os ministros Henrique Meirelles, da Fazenda, e Eliseu Padilha, da Casa Civil. Junto aos líderes da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), foram discutidas as mudanças necessárias para a recuperação da economia.
O evento foi marcado por um clima de otimismo e confiança em relação ao futuro econômico do País, porém os discursos não ignoraram a necessidade de esforços para mudar o cenário.
O deputado Rogério Marinho, presidente da Frente CSE, abriu o debate, afirmando que o setor representado pela UNECS “tem o interesse de participar como protagonista das mudanças e reformas estruturantes de que o Brasil precisa e que, certamente, o governo de Michel Temer colocará em prática”. Marinho disse que espera dias melhores a partir de setembro, após as eleições municipais.
O deputado Laércio Oliveira elogiou a “total integração dos empresários brasileiros” por meio da UNECS, “que tem uma responsabilidade muito grande com o PIB”. “Depois de anos, o setor produtivo entendeu que precisava se apresentar diante do Congresso Nacional e construir um canal de diálogo. E isso que os senhores ministros assistem hoje é a consagração de algo que deu certo, com o sacrifício de muita gente”. Laércio afirmou que este é um momento importantíssimo, pois os empresários estão abertos ao diálogo com o governo e querem participar das decisões.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, observou que, depois de seis anos, o índice de confiança dos empresários brasileiros deixou de cair e passou a crescer. “O mercado percebe que fizemos o diagnóstico certo e estamos tomando as medidas adequadas”, afirmou. Entre as medidas, o ministro destacou a transparência do governo em relação às contas públicas e, depois, o empenho para fazer os ajustes, de forma paulatina e integrada com outros entes públicos, como os estados e, principalmente, o Congresso.
O presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Junior, ressaltou que há um grande esforço em encontrar soluções para o endividamento da União, dos estados e municípios, mas pontuou ser “importante que se coloque no radar a busca por soluções para equacionar também o endividamento da micro e pequena empresa”. Ele pediu ainda ao ministro Meirelles que intervenha no aumento de cargo tributária que vem dos estados por meio da substituição tributária.
Em concordância, o presidente da Abras e coordenador da UNECS, Fernando Yamada, salientou a necessidade de se fazer os cortes e os ajustes, mas, também, cuidar para que isso não traga prejuízo à atividade econômica. “O governo deve considerar questões como a renegociação de dívidas de empresas e centrar esforços na simplificação tributária”.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, defendeu que o Brasil vive um momento histórico decisivo para a organização estatal brasileira. “Temos um grande aparato estatal com remunerações acima da média. E esquecemos que o Estado veio para prestar serviço, ele não é um fim em si mesmo. Ele vem para ser prestador de serviços”.
Padilha enfatizou sobre a importância de reavaliar os tributos como ICMS e PIS/Cofins. Além disso, como coordenador do grupo interministerial que discute no governo federal a reforma da Previdência Social, afirmou também que agora é preciso coragem para tomar as decisões que envolvem a reforma previdenciária. “Nossa base contributiva está pequena. No futuro, teremos menos gente entrando no mercado de trabalho”, argumentou.
Segundo o ministro, o governo pretende realizar um ajuste fiscal dos estados e outro da União. “Nunca houve na história deste país nada parecido em termos de ajuste fiscal, de colocar as contas em dia".
Para o ministro, a reforma previdenciária é inadiável. Em relação ao desemprego, ele afirmou que duas medidas são necessárias: a regulamentação da terceirização e a prevalência do acordado sobre o legislado.
Fonte: Abrasel