Mercado de bairro segura repasses e oferece melhor preço ao consumidor

Leia em 3min 30s

                    

Sem muito espaço para estocar produtos, varejistas de vizinhança disponibilizam, pela primeira vez em cinco anos, ofertas mais em conta que modelos consolidados de super e hipermercados

 

Atibaia - Pela primeira vez em cinco anos, os preços praticados pelos mercados do modelo proximidade (com quatro ou menos caixas) estão mais baixos que os observados nos supermercados e hipermercados.Segundo uma pesquisa da consultoria Gfk, elaborada em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o pequeno varejo de bairro cobra, atualmente, uma média de R$ 232,49 por um pacote de itens básicos de uso familiar diário, enquanto no grande varejista (com cinco ou mais caixas) o custo pelo mesmo conjunto de itens é, em média, de R$ 233,81.

 

Ouvidos pelo DCI, especialistas e representantes do setor acreditam que o principal motivo para que o preço praticado pelos pequenos mercados esteja mais baixo é a falta de espaço em estoque para poder ampliar o mix com itens em embalagens mais econômicas, o que levou os empresários a evitar maiores repasses, para garantir clientes. "O pequeno varejista, de fato, segurou de forma mais consistente os preços.

 

Ele evitou repassar alta nos custos e a inflação para o consumidor por conta da redução do consumo. O grande varejista pôde, no mesmo período, oferecer produtos em embalagens econômicas, mantendo a lucratividade. Para os 'mercadinhos', não havia essa saída", diz o diretor da GFK, Marco Aurélio Lima. O estudo aponta que a inflação média monitorada no mercado de vizinhança está estacionada em 11%, a contar os primeiros nove meses deste ano. Já no grande varejo, a alta nos preços chega a 15%.

 

Inflação

 

O levantamento mostra ainda que em todas as regiões do País os preços dos alimentos nos 'mercadinhos' subiram menos, em comparação com os modelos maiores. Questionado se o fato pode ter diminuído a lucratividade do pequeno varejista, Lima diz que foi a saída encontrada para evitar uma queda ainda maior nas vendas. "Obviamente isso aconteceu [queda do lucro]. Mas foi a estratégia adotada para que a queda nas vendas não fossem muito acentuada".

De acordo com um estudo da Nielsen, nos primeiros oito meses deste ano, as vendas dos mini mercados apontavam a uma queda de 4,4%, em comparação com o mesmo período de 2015. Apesar do número alto, os modelos hipermercado e supermercado demonstram quedas superiores, de 5% e 4,6%, respectivamente.

 

Para a Associação Brasileira de Automação para o Comércio (AFRAC), a praticidade vai além do preço. "Falta tempo. Esta é a primeira mudança do hábito do consumidor. É comum ir a um desses estabelecimentos para repor algum produto que falta em nosso lar e chegar lá e ver soluções como 'Cantinho do Lanche', com opções práticas e rápidas e os ingredientes dispostos de forma que o consumidor possa rapidamente optar pelos produtos", detalha o presidente da AFRAC, Zenon Leite Neto.

 

Pé no acelerador

 

Com o aumento da importância dos 'mercadinhos' no mapa do consumo no País, as grandes varejistas também brigam por uma fatia deste mercado. O Grupo Pão de Açúcar (GPA), por exemplo, trabalha com as bandeiras Minuto Pão de Açúcar, e MiniMercado Extra como alternativas às mega operações. O rival Carrefour também aposta no modelo, com a bandeira Carrefour Express.

 

Com exclusividade ao DCI, a rede anunciou a abertura da quinquagésima loja neste modelo. "A bandeira se consolida como uma solução conveniente, levando a um número cada vez maior de clientes uma experiência de compra ágil e agradável a um preço competitivo para o segmento", ressalta o diretor do Carrefour Express no Brasil, Luis Curti. A nova loja é a quinquagésima loja do Carrefour Express, em São Paulo (SP), e está localizada no Shopping Metrô Tucuruvi, sendo a quarta aberta dentro de um centro de compras. / *O repórter viajou a Atibaia a convite da Abras

 

Fonte: DCI / Sammy Eduardo

 


Veja também

Energia solar e mercado livre são opções atraentes para o varejo

Realidade em outros países, alternativas energéticas começam a se expandir no Brasil e prometem mel...

Veja mais
Palestrantes internacionais e Bloco do Conhecimento hoje na 50ª Convenção ABRAS

A 50ª Convenção ABRAS 2015, reúne até o dia 10/11, líderes supermercadistas de t...

Veja mais
Acordo de Kigali prevê redução gradual de HCFs

Novas diretrizes sobre emissão de gases sintéticos nocivos ao meio ambiente e alternativas para substitui-...

Veja mais
Vendas do setor supermercadista acumulam alta de 1,21%

    As vendas do setor supermercadista acumulam alta de 1,21% de janeiro a setembr...

Veja mais
Supermercadistas projetam crescimento de 0,67% nas vendas de final de ano

O setor supermercadista brasileiro projeta alta real de 0,67% nas vendas do final de ano, em relação ao me...

Veja mais
Volume de FLV rastreado no Programa RAMA cresce 15% no 3º trimestre

O Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (RAMA), da Associação Brasileira de Supermercad...

Veja mais
Kantar e Nielsen apresentam cenário atual de consumo do Brasil na 50ª Convenção Abras

   Para driblar a crise, os lares brasileiros buscam simplificação e economia p...

Veja mais
Vendas reais de supermercados avançam 4,66% em setembro

  SÃO PAULO- Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado nesta ...

Veja mais
Supermercados registram alta de 4,6% nas vendas em setembro, diz Abras

                    ...

Veja mais