Dentro da proposta de regionalização do setor supermercadista mineiro e do advento do mercado de vizinhança, é cada vez maior o número de supermercados que se unem para fazer frente aos gigantes do setor nas chamadas centrais de compras. Com a associação, os varejistas ampliam suas estruturas, têm acesso a tecnologias e conseguem melhores preços junto aos fornecedores, pois realizam compras em maiores quantidades e volumes de produtos. O resultado é uma maior competitividade no mercado e faturamentos de bilhões de reais.
Segundo dados da Associação Mineira de Supermercados (Amis), o Estado conta hoje com cerca de 40 centrais de negócios, com uma média de 18 lojas por rede. No ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as nove maiores centrais alcançaram, juntas, quase R$ 24 bilhões de faturamento em 2015 e reuniram 1.816 empresas, 2.355 lojas e mais de 91 mil funcionários. São elas: Unisul, Supervarejista, Rede Opa, Supermais, Associação de Supermercados da Zona da Mata, Rede Minipreço, Cergran, Rede Via Real e Rede Amarelo.
Informações de bastidores, no entanto, dão conta de que o número de centrais de compras em Minas já foi bem maior e há alguns anos chegava a 60. Segundo uma fonte do setor que preferiu não se identificar, justamente em função da rentabilidade do negócio, as próprias centrais foram se agrupando e diminuiu a quantidade de grupos diferentes em Minas.
Na avaliação do superintendente da Amis, Antônio Claret Nametala, "Minas está descobrindo Minas" e os supermercados do interior do Estado estão cada vez mais ganhando notoriedade. Segundo ele, isto tem sido possível também, em virtude dos processos de associativismo, que está fortalecendo os pequenos e médios integrantes do setor. "O que o pequeno supermercadista precisa fazer para se manter firme no negócio é identificar seu nicho de mercado e comprar bem para vender bem", avalia.
Claret destaca ainda que os empresários de pequenos e médios negócios têm hoje a vantagem do mercado de vizinhança, uma vez que o consumidor tem dado preferência a este tipo de loja. "Até mesmo as grandes lojas estão migrando para este tipo de operação, tendo em vista as oportunidades. Por isso, as centrais não diminuem o mercado da concorrência, mas o amplia, pois os grandes estão precisando se reposicionar. É uma competição saudável", completa.
Rede Smart - Ainda dentro do modelo de centrais de compras, além do próprio associativismo, os supermercados têm ainda outras opções, como as centrais ligadas a atacados e as que funcionam por meio de franquias. No caso dos atacados, destaca-se a Rede Smart do Grupo Martins, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O grupo criou a Rede Smart há 16 anos, concentrando inicialmente 35 supermercados. Hoje, já são 900 lojas espalhadas por todo o País e um faturamento de quase R$ 7 bilhões. Deste total, 240 estão em Minas Gerais. De acordo com o diretor da rede, Gilmario Torre Cavalcante, o grupo oferece aos associados soluções de marketing, tecnologia, operacionais, comerciais e financeiras, que funcionam como catalizadoras de negócios, ajudando o pequeno e médio empresário a sobreviver e a crescer em um mercado tão concorrido.
"Os gigantes do setor que faturam quase R$ 30 bilhões por ano. Se o pequeno não tiver um padrinho para ajudá-lo em infraestrutura e conhecimento, melhorando a operação de lojas e gerando eficiência operacional, dificilmente ele conseguirá sobreviver", esclarece. Ele destaca que o Grupo Martins, por se tratar de uma empresa de forte relacionamento com fornecedores, consegue transmitir os benefícios para os integrantes da Rede Smart, proporcionando maior competitividade aos associados. "O fortalecimento vem da junção da infraestrutura e do relacionamento do Grupo Martins com o conhecimento de mercado local do cliente", explica.
Fonte: Diário do Comércio de Minas