Comércio de bens de consumo registrou alta pelo quinto mês consecutivo, desta vez de 0,71%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Previsão para 2016 é de alta de 1% sobre 2015
São Paulo - As vendas do setor supermercadista cresceram 0,71% em outubro, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo apuração da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Apesar da alta, a quinta consecutiva, o setor dá os primeiros sinais de arrefecimento na recuperação iniciada em julho deste ano. "O resultado está dentro do que prevíamos para o mês de outubro. Mesmo com as vendas de Natal, que acontecem de novembro a dezembro, acreditamos que esse número não deverá oscilar muito", comentou o vice-presidente da Abras, João Sanzovo. O executivo assume a presidência da entidade a partir do próximo ano.
Comparadas ao mês de setembro, as vendas de outubro avançaram 4,78%, em números reais, de acordo com a Abras. No acumulado do ano, o comércio supermercadista registra alta de 1,16%.Para Sanzovo, é improvável que o setor observe novas oscilações de forma mais ampla, já que indicadores econômicos apontam para uma melhora do cenário, principalmente no que tange o poder de consumo dos clientes. "O ano de 2016 não foi fácil para o setor e, embora estejamos registrando uma recuperação, que se iniciou no começo do segundo semestre, continuamos com uma previsão de leve alta no fechamento de vendas, em torno de 1,0% para 2016", afirmou.
Cesta básica
Em outubro, a cesta de produtos analisada pela Abras em parceria com a GfK registrou leve alta nos preços de 0,18% frente a setembro deste ano, e de 16,02% em relação ao mesmo período de 2015. O acréscimo nos custos da cesta foi sustentado pelas altas nos preços da carne dianteira (5,72%), cerveja (5,43%), batata (4,38%) e sabonete (3,99%).
Em contrapartida, puxaram o índice para baixo as quedas nos preços do leite longa vida (-11,05%), cebola (-8,89%), feijão (-6,88%) e ovo (-3,50%). A Região Nordeste foi a que apresentou o maior avanço nos preços: em média 0,51%, elevando o custo da cesta para R$ 429,92. O único decréscimo no pacote de produtos foi registrado na região Sudeste (-0,42%), onde a cesta passou a custar, em média, R$ 467,36.
Vale lembrar que o fator inflacionário sobre os custos dos itens é definido pelo IPCA-Alimentos, cuja variação em outubro, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de -0,05%. A cesta de produtos mais cara segue a da região Norte do País. Em média, o pacote com os produtos supermercadistas custa R$ 535,59 no local.
Expansão
Amparadas pelo início de recuperação das vendas do setor, algumas redes supermercadistas seguem investindo em novas unidades para atender os consumidores que começam a retornar às lojas após o período de recessão econômica. Ontem (30), por exemplo, o Carrefour anunciou a inauguração da sua primeira unidade no modelo 'Express' (formato vizinhança) na cidade de Diadema, na região metropolitana da capital paulista.
Sem mencionar os investimentos aportados na instalação, a companhia confirma com a inauguração a intenção de focar suas novas lojas em lugares de alto fluxo de pessoas, como os shoppings. "O Carrefour Express se consolida como uma solução conveniente para as compras de itens de reposição da despensa e consumo do dia a dia. Com mais essa inauguração, no shopping center de Diadema, propiciamos a milhares consumidores que trabalham ou circulam pelo local uma experiência de compra ágil a um preço competitivo para o segmento", expressou o diretor do Carrefour Express no Brasil, Luiz Curti.
Tendências
Durante a apresentação dos resultados mensais, a Abras divulgou também algumas tendências a serem replicadas pelas redes do setor no intuito de alavancar as vendas. O estudo, elaborado pela GfK, destaca que as tendências nascem dos drivers globais, ou seja, das forças externas, e fora do controle dos consumidores, mas que afetam suas vidas, o comportamento do mercado e até mesmo, com o tempo, seus sistemas de valores.
A pesquisa da GfK traz as principais predisposições do comportamento humano para os próximos anos, que segundo a empresa podem ser divididos em: prevenção, quando envolvem a sensação de bem-estar, segurança e proteção do cliente. Consciência, quando os fatores envolvidos são eco-cidadania e consumo consciente. "Eu-ismo", quando envolve-se identidade, experiência e influência de consumo. Expectativas, quando redefine-se valores voltados a simplificação e satisfação. E, por fim, casa sempre, que representa a instantaneidade.
Por: Sammy Eduardo
Fonte: DCI - São Paulo