SNIC, entidade do setor cimenteiro, profissionaliza diretoria executiva

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Penna, contratado pelo conselho diretor, cuidará da gestão e governança da entidade, que fez mudanças no estatuto

 



Em linha com uma nova postura de gestão e governança, a entidade que representa a indústria de fabricação de cimento no país contratou Paulo Camillo Penna, que ocupou nos últimos cinco anos a vice-presidência de relações institucionais, comunicação e sustentabilidade do grupo americano AES no Brasil, dono da distribuidora de energia AES Eletropaulo. Ele vai ocupar o cargo de presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) a partir de 9 de janeiro.

 

Penna foi escolhido pelo novo conselho diretor da entidade, eleito em outubro dentro das mudanças de representação definidas para a entidade para as gestões de agora em diante. Walter Dissinger, que comanda a Votorantim Cimentos, foi escolhido presidente, tendo na vice-presidência o CEO da Ciplan, de um total de dez integrantes. Penna substitui José Otávio de Carvalho, que por um longo tempo, como homem de confiança dos grupos cimenteiros, comandava o SNIC. Carvalho, pela sua longa experiência e conhecimento do setor, continuará como consultor da entidade por mais um ano.

 

As mudanças no modelo de representação do SNIC buscam adequar a entidade a novos padrões de governança corporativa. O setor foi alvo, nos últimos anos, inclusive o SNIC, de processos de cartelização por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Várias empresas sofreram pesadas multas financeiras, das quais estão recorrendo na Justiça após insucesso de recursos administrativos no próprio Cade...

 

Em decorrência disso, foi realizada uma reorganização estatutária da entidade, cujos associados passaram a ter representantes apenas em um conselho diretor, seguindo o mesmo caminho de outras entidades empresariais. Foi aposentado o modelo de conselho consultivo. Assim, todo o dia a dia da entidade passa a ser conduzido pelo presidente-executivo, recrutado no mercado e sem vínculo com qualquer um dos grupos cimenteiros, associados ou não do SNIC.

 

Penna tem experiência de mais de 25 anos em cargos executivos no setor público, empresas privadas e entidades nacionais representativas de diversos setores, caso de mineração, embalagens metálicas e distribuição. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais, o executivo tem MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Antes do grupo AES, foi presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), de 2006 a 2012, vice-presidente do Sinferbase (entidade da indústria de ferro e metais básicos), diretor-executivo da Abralatas (de fabricantes de embalagens de alumínio), da Abras (de supermercados), entre outras entidades e companhias.

 

O executivo assume o cargo no momento que a indústria de cimento do país enfrenta o segundo ano seguido de retração no consumo - 14% é a queda prevista em 2016 e estima mais de 6% no próximo ano. Já opera com ociosidade de 50% na capacidade produtiva, que atingiu mais de 100 milhões de toneladas anuais. O setor tem 23 empresas fabricantes. Treze são associadas do SNIC.

 

Por Ivo Ribeiro | De São Paulo

 

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

 

 

 

 


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